Mais duas pessoas são investigadas pela polícia em caso de menino desaparecido em SC; Defesa dos suspeitos se manifesta

Mais duas pessoas são investigadas pela polícia em caso de menino desaparecido em SC; Defesa dos suspeitos se manifesta


Nesta quarta-feira (10), a Polícia Civil de Santa Catarina informou que outras duas pessoas estão sendo investigadas pelo desaparecimento de Nicolas Areias Gaspar, de 2 anos. Segundo o g1, além de Roberta Porfírio e Marcelo Valverde, que foram presos em flagrante com o menino, as autoridades avaliam a participação de mais gente.

“Outros dois investigados já foram identificados, são pessoas que provavelmente ficariam com a criança. A delegada já está ciente e pronta para tomar medidas”, declarou Ulisses Gabriel, delegado-geral. Um inquérito foi aberto pelos policiais e corre em segredo de Justiça.

Mais cedo, a delegada Sandra Mara concedeu outros detalhes sobre o caso. Durante coletiva de imprensa, ela afirmou que a mãe da criança teria sido forçada a ‘doá-la’ para o casal devido sua vulnerabilidade emocional. “A mãe tem uma fragilidade emocional muito grande e psicológica. Ela foi convencida por conta dessa fragilidade ela. Ela é muito jovem, ficou grávida com 19, 20 anos”, declarou Sandra.

Conforme documentos obtidos pelo g1, a mãe também está sendo investigada. De acordo com as autoridades, desde o nascimento da criança, os suspeitos tentavam convencer a mulher. A interação entre eles se dava num grupo do Facebook para mães de primeira viagem.

A delegada ainda afirmou que todas as pessoas indicadas nos documentos serão investigadas pela polícia: “A criança está somente registrada no nome da mãe. Mas foi apontado um possível pai para nós. Nós cumprimos mandado na casa dele também, de todas as pessoas que foram indicadas pela investigação”.

Continua depois da Publicidade

Marcelo Valverde e Roberta Porfírio foram indiciados pelo crime de tráfico de pessoas e tiveram a prisão preventiva determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Fernanda Salvador, advogada da suspeita, negou que tenha havido crime e que o bebê estivesse desaparecido, já que a mãe teria “doado” a criança junto com todos os documentos. Segundo Fernanda, a mãe teria dito que estava em “cenário de vulnerabilidade, em ambiente tóxico”, quando conversou com o casal.

Já a defesa de Marcelo disse que ele conheceu a mãe do menino há dois anos, quando tinha o interesse em adotar uma criança. Ele é acusado de intermediar o contato entre a mãe e Roberta. Segundo as advogadas Laryssa Nartis e Katharine Grimza, Marcelo foi procurado pela mãe da criança, que tinha o interesse em “doar” o filho. Recentemente, ela teria procurado por ele novamente, alegando que estava passando por “alguns problemas”.

O menino estava desaparecido desde 30 de abril. (Foto: Arquivo Pessoal)

O pequeno Nicolas permanece sob custódia das autoridades, em um abrigo. Os trâmites necessários para que o menino retorne para Santa Catarina já estão sendo realizados e dependem do Poder Judiciário de São Paulo. A data, porém, segue indefinida, segundo Paulo Cezar Ramos de Oliveira, secretário de Estado da Segurança Pública.

Continua depois da Publicidade

Entenda o caso

O desaparecimento de Nicolas Areias Gaspar havia sido reportado pela avó e tios maternos do menino, em um boletim de ocorrência registrado na última quinta-feira (4), na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami) de São José.

Na segunda (8), Roberta Porfírio e Marcelo Valverde foram presos em flagrante com o menino de 2 anos. Ontem (9), a Polícia Militar de São Paulo divulgou o vídeo do momento em que a criança foi encontrada, durante uma abordagem no Tatuapé, na Zona Leste de SP.

Nicolas estava no banco de trás com a mulher, enquanto o homem dirigia o veículo. O delegado do 30º DP da capital paulista afirmou ao g1 que há suspeita do crime de adoção ilegal, bem como indícios de tráfico de pessoas. A investigação identificou, no dia em que a criança desapareceu em Florianópolis, que um carro branco com placas adulteradas saiu do estado em direção à capital paulista.

Continua depois da Publicidade

A Polícia Civil disse ter sido informada, ainda, de que Marcelo e a esposa, chamada Juliana, estariam aliciando a mãe do bebê a entregar a criança, sem o procedimento legal. Segundo o artigo 242 do Código Penal, o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio é descrito como crime e a pena prevista é de dois a seis anos de reclusão. Marcelo e Roberta foram indiciados pelo crime de tráfico de pessoas.

Após a repercussão, Juliano Gaspar, tio do pequeno, comemorou nas redes sociais quando Nicolas foi encontrado. Ele também agradeceu a Polícia Militar e disse que a família vai se manifestar “em breve”. “O importante é que ele está bem. São e salvo”, concluiu.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques

Artigos Recomendados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *