A decisão que anulou a ação em que Thiago Salvático pedia o reconhecimento de união estável com Gugu Liberato, que faleceu em 2019, foi revertida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Com a decisão, o chef de cozinha poderá voltar à disputa pela herança do apresentador. Segundo o g1, a mudança foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico. Nela, é determinado o retorno dos autos à primeira instância para que a família de Gugu possa ser citada no processo e responder o recurso apresentado por Salvático.
O chef de cozinha, que questionou a conduta do magistrado que extinguiu a ação, teve outra vitória após o desembargador Galdino Toledo Júnior encaminhar a “suspeição” da ação para análise da Câmara Especial do Tribunal.
Em janeiro de 2023, o pedido de união estável entre Thiago e Gugu foi negado pela Justiça. Na ocasião, o juiz responsável extinguiu a ação. Para o magistrado José Walter Chacon Cardoso, da 9ª Vara da Família e Sucessões, o caso tinha sido extinto “sem exame de mérito”. Para o Splash, Thiago disse que está viajando no momento e que não poderia comentar sobre o assunto.
Neste sábado (24), a defesa de Rose Miriam, que lutou na Justiça para que uma união estável com Gugu fosse reconhecida, se pronunciou sobre o caso para o G1. “Apresentamos contrarrazões ao recurso de apelação. O Tribunal determinou a baixa dos autos para citar os demais herdeiros para contrarrazões ao recurso de apelação. Pelo artigo 331 parágrafo 1º CPC a citação do réus (réus) é obrigatória. O juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. A questão é processual e não meritória“, disse em nota.
Histórico do caso Thiago Salvático
Em dezembro de 2022, Thiago declarou que teve uma união estável com o apresentador de novembro de 2016 a 21 de novembro de 2019, de acordo com a sentença. O documento com os argumentos tinha mais de 100 páginas com anexos de fotos, conversas e momentos que os dois teriam vivido juntos em viagens. “Deixa claro que sempre planejavam e aguardavam o ‘próximo período’ juntos”, escreveu. “Consigna a evolução dos sentimentos e afirma que planejavam constituir família, isto em novembro de 2016. Conclui que este quadro persistiu até a morte”, completou o juiz.
“Este [Gugu] residindo no Brasil e aquele [Thiago] na Alemanha. Planejamento antecede a realização e com esta não se confunde, isto admitindo a hipotética realidade dos fatos afirmados na inicial”, descreveu o magistrado. Segundo o juiz, “tudo teria ocorrido às escondidas” para manter a privacidade do apresentador. “O envolvimento clandestino, como se sabe, fora até mesmo dos âmbitos familiares das partes, não se amolda sequer em tese a uma união estável”, afirmou a decisão.
O relacionamento
Para o g1, Thiago contou que os dois estavam juntos há oito anos, quando o apresentador faleceu. “Nós fomos tão cúmplices que tínhamos até mesmo acesso a algumas contas bancárias. Entendo que é difícil entender nossa relação, pois se trata de uma das maiores estrelas da televisão, e que mantinha tudo da vida privada onde deveria ser mantido com as pessoas que lhe interessava“, disse. “Nós compartilhávamos tudo: questões de vida, rotina, trabalho e familiares (filhos) diariamente, se não estávamos juntos, nos comunicávamos via mensagens e ligações diárias”, continuou.
De acordo com ele, provas do relacionamento como mensagens de texto, fotos e a conta de investimento foram apresentadas para Justiça. “Eu tinha desde senhas de cartões à do Instagram. Entendo que ter acesso a uma rede social de uma das maiores figuras da televisão possa ser algo muito mais relevante e mostra o quanto eu estava presente na vida dele, pois ninguém além de nós dois tínhamos a senha. Resguardei apenas algumas fotos e vídeos”, afirmou.
Sobre a decisão que os considerou como “amigos“, ele disse que irá recorrer, alegando que a família de Gugu não foi ouvida. “Acredito na Justiça, não aceitarei esse tipo de preconceito. Nós tivemos uma união estável, nos moldes possíveis para um homoafetivo e pessoa pública. Devo ir a fundo com todas as minhas forças, pois não irei deixar uma única pessoa ditar a minha real história”, concluiu.
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