O líder da missão de resgate do submarino Titan participou de uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (30), e se emocionou ao lembrar o momento em que encontraram os destroços do veículo aquático. Nos últimos dias, os pedaços do submersível chegaram ao porto de St. John, no Canadá, e as autoridades afirmaram terem achado “possíveis restos mortais” no local do acidente.
Edward Cassano, executivo-chefe da Pelagic Research Services, explicou que a empresa foi chamada para procurar o submarino, mas pouco tempo depois concluíram que a missão iria apenas recuperar os destroços da embarcação. “Nosso plano de resgate era: após encontrar Titan, agarrá-lo o mais rápido possível e começar o resgate dos passageiros. Mas, ao chegar no fundo do mar, descobrimos os destroços do submersível Titan. Por volta das 12 horas, um resgate se transformou em uma recuperação”, lamentou.
📌Os destroços do submarino Titan, que implodiu no fundo do Oceano Atlântico enquanto fazia uma expedição aos restos do Titanic, chegaram nesta quarta-feira (28) a um porto no sul do Canadá.#submarine #Submersible #submarino #Titanic #Titan #OceanGate pic.twitter.com/BlxQBFJyrI
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) June 28, 2023
Nesse momento, o capitão ficou com os olhos mareados. “Peço desculpas, estamos todos muito mobilizados. São muitas emoções e as pessoas estão cansadas”, disse, tentando segurar as lágrimas. “Durante toda a operação tivemos o mesmo foco… Estávamos preparados para chegar ao local e resgatar os que estavam a bordo. Gostaríamos que a ligação nunca tivesse acontecido, mas queríamos estar prontos quando isso acontecesse”, ele acrescentou.
“Sentimos que seríamos confrontados com quatro cenários potenciais. O que queríamos era o Titan no fundo do mar, com a tripulação viva, e o sistema de pressão intacto. Teríamos anexado um braço e agarrado o submarino. Em seguida, iríamos anexar um sistema de monitoramento e, nesse ponto, teríamos iniciado o resgate”, continuou Cassano.
A equipe usou um veículo operado remotamente chamado Odysseus 6K, que foi capaz de realizar a missão de resgate em alto mar. Questionado sobre o que deu errado durante a viagem ao local de naufrágio do Titanic, Cassano afirmou: “Eles forçaram além de sua taxa de profundidade”.
Quando pediram sua opinião sobre o escândalo OceanGate, Cassano apontou que “não tem uma opinião”. “Existe uma grande investigação… Exploradores, pessoas que buscam ir fundo… foi uma paixão pela exploração. Nós certamente compartilhamos esses desejos”, esclareceu.
Por fim, um repórter perguntou a Cassano quanto custou o resgate. “Muito”, disse, rindo. “Acho que há muito o que aprender. Estamos muito orgulhosos do desempenho do nosso sistema. Ele fez o que tinha que fazer. Nosso time se apresentou. Cumprimos a missão”, concluiu.
A embarcação sofreu uma implosão catastrófica, matando os cinco tripulantes a bordo, algum tempo depois de submergir na manhã. Não está claro exatamente quando ou onde ocorreu a implosão, mas um sistema acústico da Marinha dos EUA detectou uma “anomalia” no oceano, que provavelmente foi o momento do acidente fatal. Assista à coletiva na íntegra:
“We have to apologise – there are a lot of emotions and people are tired.”
Edward Cassano, CEO of Pelagic Research Services, which discovered the debris of missing submersible Titan, becomes emotional when reflecting on the recovery mission.https://t.co/PAiZ4D1jU3
📺 Sky 501 pic.twitter.com/tGVzqvC62n
— Sky News (@SkyNews) June 30, 2023
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques