Aaron Paul abriu o jogo sobre os ganhos que teve com “Breaking Bad“. Em uma recente entrevista ao Entertainment Tonight Canada, o intérprete de Jesse Pinkman afirmou que não recebeu nada da Netflix pela veiculação da série de sucesso no streaming. O ator segue na manifestação do SAG-AFTRA junto a outros membros do elenco.
A série é uma produção originalmente da AMC, mas conquistou sua popularidade no catálogo da gigante do streaming, que distribuiu o título com exclusividade para diversos países, incluindo o Brasil. A questão é que os atores não receberam nenhum pagamento por isso.
“Eu não recebo nada da Netflix por ‘Breaking Bad’, se formos completamente honestos, e isso é loucura para mim”, revelou Paul. Ele estava acompanhado dos colegas Bryan Cranston e Jesse Plemons, em frente aos estúdios da Sony Pictures Entertainment em Culver City, Califórnia, quando destacou que é hora das plataformas digitais “pagarem o justo” aos atores.
“As séries permanecem para sempre nesses serviços de streaming, e elas passam por ondas”, refletiu Paul, que disse ter visto recentemente “Breaking Bad” em alta na Netflix. “Acredito que muitos desses serviços de streaming sabem que estão escapando de pagar um salário justo às pessoas, e agora é hora de pagar o que é devido. E isso é só uma das coisas pela qual estamos lutando”, destacou Aaron.
Uma das principais demandas do sindicato dos atores em greve é que eles recebam uma estrutura de pagamento residual justa que reflita o valor de suas contribuições em meio ao crescimento dos serviços de streaming. Paul também foi questionado se acredita que as paralisações terão um efeito positivo. “Acho que sim. Eles têm que fazer algo!”, disse.
Cranston, que deu vida a Walter White em “Breaking Bad”, também opinou sobre a atitude dos estúdios e streamings. “Não estamos fazendo deles inimigos. Eles não são vilões. Estas são pessoas com quem todos trabalharemos novamente em algum momento”, pontuou. “Queremos apenas que eles vejam a realidade e conversem com a gente”, completou o ator. Assista:
“Breaking Bad” chegou ao fim em 2013, após cinco temporadas. A série teve ainda uma sequência de spin-offs, incluindo o filme “El Camino: A Breaking Bad Story”, de 2019, também estrelado por Aaron Paul. “Better Call Saul“, também exibida pela Netflix, foi outra produção derivada da original.
Greve em Hollywood
No início de junho, o sindicato dos atores abriu uma votação entre os integrantes para aprovação de uma greve conjunta. Liderado pela presidente do SAG (sindicato dos atores de Hollywood), a atriz Fran Drescher, o sindicato que representa mais de 160 mil atores de cinema e televisão, assim como outros profissionais de entretenimento do mundo todo, oficializou a greve no dia 13 de junho. A decisão aconteceu após onze semanas de greve do WGA, o sindicato dos roteiristas de Hollywood, contra a AMPTP, a Aliança de Produtores de Filmes e Televisão, que representa os grandes estúdios e serviços de streaming.
Entre as exigências aos estúdios, o WGA pede aumento de remuneração mínima em todas as áreas da mídia, aumento dos residuais, recebimento maior de lucros gerados pelo streaming, aumento das contribuições para planos de pensão e saúde e proteções gerais para escritores. Já a SAG pede que os gigantes do streaming concordem com a divisão mais justa dos lucros e melhores condições de trabalhos. Também foram exigidas leis contra o uso de inteligência artificial, garantias de que a AI e os rostos e vozes gerados por computador não serão usados para substituí-los.
A ação marca um momento histórico em Hollywood, já que é a primeira greve dos atores desde 1980 e a primeira vez em 63 anos que a paralisação acontece junto com os roteiristas. Saiba mais detalhes sobre a greve em Hollywood, clicando aqui.
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