A funcionária do laboratório responsável pelos testes errados de HIV que levaram a infecção de seis pacientes com o vírus foi presa neste domingo (20), em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Adriana Vargas era é coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme. A empresa foi contratada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) do RJ para fazer exames de HIV em doadores de órgãos.
A prisão da funcionária aconteceu durante a segunda fase da Operação Verum da Polícia Civil. Adriana estava em casa quando foi levada pelos agentes. Eles cumpriram o mandado de prisão e outros oito de busca e apreensão. De acordo com as investigações, houve uma “falha grave” no controle de qualidade dos testes realizados pelo PCS Saleme.
A empresa deixou de realizar as análises das amostras diariamente e passou a fazer isso uma vez por semana com o intuito de reduzir os custos, segundo um outro funcionário. Ainda de acordo com o depoimento, a ordem teria partido de Adriana. Ela era a responsável pela supervisão do controle de qualidade dos reagentes que eram usados neste exame para verificar se havia ou não a presença do vírus.
Entretanto, a empresa errou em dois laudos. Isso levou a infecção de seis pessoas. Além da prisão de Adriana, a polícia também apreendeu uma máquina de teste de HIV do PCS Saleme. Esta já é a quinta pessoa envolvida no caso que foi presa. A primeira fase da operação resultou no encarceramento do sócio-proprietário do laboratório, Walter Vieira, e de outros três funcionários: Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis.
De acordo com o delegado Wellington Pereira, responsável pelas investigações, Adriana negou as acusações.
O caso
Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos infectados pelo HIV e testaram positivo para o vírus. As investigações confirmaram que dois doadores teriam feito exame de sangue no laboratório PCS Saleme e tiveram o resultado negativo.
O acordo firmado 2023 pela empresa com a Fundação Saúde do RJ previa que a Patologia Clinica Doutor Saleme Ltda realizasse análises clínicas e de anatomia patológica. A duração do contrato era de um ano no valor de R$ 11.479.459,07. Em depoimento, Ivanilson Fernandes dos Santos, um dos presos pela polícia do Rio de Janeiro, falou como Adriana, então coordenadora, reagiu aos casos de infecção.
“Pessoal, o negócio foi feio. Me parece que um dos nossos técnicos, em janeiro e maio, liberou um resultado da central transplantadora errado, onde está dando no repórter contaminação de cinco pacientes. Estou apavorada. Me parece que esse mesmo técnico fez outra liberação em maio também. Não sei ainda tudo do ocorrido”, escreveu ela. Saiba mais detalhes do caso clicando aqui.
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