Adriane Galisteu previu como seria tratada na série sobre Ayrton Senna, durante uma entrevista em 1998, no “De Frente com Gabi”. À época, claro, ainda não havia nada decidido sobre a produção, mas a apresentadora já antecipou que não seria retratada no projeto. A previsão acabou sendo confirmada com o lançamento de “Senna“, na Netflix, que contou com um tempo ínfimo de tela da loira.
A série sobre o tricampeão mundial da Fórmula 1 demorou mais de uma década para finalmente ser lançada. No entanto, já era sabido que a família Senna se empenhava para um projeto que homenageasse a vida e carreira de Ayrton. O papo entre Galisteu e Marília Gabriela, por sua vez, aconteceu quatro anos após o acidente fatal do piloto em Ímola, na Itália. Na época, se falava em um filme sobre Senna. O projeto não foi pra frente, e a família preferiu narrar a jornada, agora, na série da Netflix.
“Tem aí um filme anunciado em que o Banderas seria o protagonista e que contaria a história do Ayrton Senna. Quem está cuidando de tudo é a irmã do Senna, a Viviane. E sabendo que vocês têm visões diferentes da mesma história, eu gostaria de saber se você vai se preocupar com a forma, com o conteúdo, com a imagem que vai estar separada pra você nesse filme?”, perguntou a jornalista.
“Eu acho que não vai ter imagem reservada pra mim nesse filme. Então eu não posso me preocupar, entendeu?”, admitiu Adriane, rindo. “Por quê? Você acha que não vai aparecer na história? Você já soube disso então?”, se intrigou Gabi. A artista, então, esclareceu sua previsão.
“Não [acho que vou aparecer]. Eu sei da história do filme até porque eu lia várias coisas, conheço várias pessoas que estão envolvidas no projeto, mas enfim”, salientou. Em seguida, Galisteu chegou a ironizar como a vida amorosa de Ayrton seria abordada pela família dele na produção.
“Eu tenho quase certeza que as namoradas do Ayrton vão ser morenas e não vai ter a mesma história que, na verdade, teve. E eu acho até muito esquisito, porque eu fiz parte da vida do Ayrton no último um ano e meio. Eu fiz parte da vida dele e não ele da minha, é diferente. Ele passou pela minha vida, e eu fiz o último ano e meio de vida dele, quer a família queira, quer as pessoas queiram ou não”, explicou.
No papo, ela também destacou que estava focada em sua carreira. “Eu fiz parte. Então você não pode pegar uma borracha e apagar. Eu acho que não é assim que as coisas funcionam. Eu não estou muito preocupada, não. Eu estou me preocupando muito mais com o meu trabalho, estou com meu escritório, com outras coisas”, argumentou.
“Mas eu gostaria que fosse diferente. Se eu tivesse que dar uma opinião, seria diferente. Mas eu tenho quase certeza que não vai ter o meu papel”, completou Adriane. “Não vai ter que se preocupar por que o papel vai ser minimizado? É isso que você quer dizer?”, questionou Marília.
“Minimizado, diferente. E, na verdade, ficção. Porque não vai ser a verdade, o que aconteceu na vida real do Ayrton. Não vai passar pelo filme”, opinou Galisteu. Confira:
Tempo de tela
As declarações da apresentadora de “A Fazenda” foram comprovadas com o lançamento de “Senna”, no dia 29 de novembro. Lilian (vivida por Alice Wegmann na trama), ex-mulher de Ayrton, e Xuxa (Pâmela Tomé) tiveram expressivo tempo de tela se comparadas com Galisteu (Julia Foti).
Lilian, com quem Senna chegou a se casar, aparece por 10 minutos na produção. Os dois se relacionaram por 10 meses. Já Xuxa, com quem Ayrton namorou por 1 ano e 7 meses, teve 16 minutos de tela. Por fim, Galisteu, que namorou o piloto por 1 ano e meio, foi vista por apenas 1 minuto e 33 segundos. Ela aparece apenas no quinto episódio da série, dançando no fundo de uma boate, sem foco, e em outra cena conversando com o tricampeão antes de sua morte trágica na pista.
Objetos guardados
Na mesma entrevista com Marília Gabriela, Adriane Galisteu revelou que ficou com três itens de Ayrton Senna após sua morte. “Quando eu fui retirar minhas coisas do apartamento, que eu já morava com ele, eu pedi três coisas pra mãe dele, pra Dona Neide. Eu pedi a escova de dente, o pijama e uma cueca. Foram as três coisas que eu peguei e foram as últimas que ele estava usando naquele momento. São as três coisas que eu tenho guardadas”, contou ela, à época.
“Está guardadinho a sete chaves. Só eu sei onde está, eu e minha mãe. Está lá guardado. Eu acho que eu tinha que ter uma lembrança dele, eu não tinha nada. Eu queria ter alguma coisa dele pra mim, porque eu fiquei tão chocada com tudo o que aconteceu, tão fora da realidade. Eu esperava que ele fosse morrer de velhice, como todo mundo. Então eu falei: ‘Não, eu tenho que ter alguma coisa dele como homem, e não como Ayrton Senna’”, esclareceu Adriane.
Assista à entrevista completa:
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