Médicos atualizam estado de saúde de jovem baleada por agentes da PRF na véspera de Natal, e apontam se haverá sequelas

Médicos atualizam estado de saúde de jovem baleada por agentes da PRF na véspera de Natal, e apontam se haverá sequelas

Um novo boletim médico de Juliana Leite Rangel, de 26 anos, divulgado nesta segunda-feira (6), atualizou o estado de saúde da jovem. Ela foi baleada na cabeça por policiais rodoviários federais na BR-040 na véspera do Natal, durante uma abordagem. Os médicos declararam que a vítima não deve ter nenhuma sequela permanente.

Segundo o documento, Juliana está consciente, responde a estímulos e consegue seguir comandos. Como apontaram os médicos que a acompanham, a paciente apresenta melhora progressiva a cada dia. A jovem já respira sem aparelhos e realiza fisioterapia respiratória.

O processo de reabilitação também já foi iniciado, com a recuperação das funções motoras e cognitivas. Juliana segue internada no no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caixas (RJ), mas sem previsão de alta.

Juliana Leite Rangel permanece internada no CTI. (Foto: Júnior Alves/TV Globo)

Entenda o caso

A tragédia aconteceu na noite do dia 24 de dezembro, quando Juliana estava no banco de trás do carro da família, ao lado do irmão de 17 anos e da namorada dele. Na frente, estavam sua mãe, Dayse, com o cachorro no colo, e o pai, Alexandre da Silva Rangel, que dirigia o veículo. Eles estavam a caminho de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para passar o Natal com parentes.

Segundo o relato de Alexandre, ao perceber a aproximação de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele reduziu a velocidade e deu passagem, pensando que se tratava de uma ambulância. No entanto, ao voltar para a pista, a viatura começou a atirar contra o carro, atingindo Juliana na cabeça e o pai na mão esquerda. Apesar do ferimento, Alexandre não precisou de internação.

“Eu estava a 90 (km/h). Aí olhei pelo retrovisor e vi aquele giroscópio. Pensei que era uma ambulância, liguei a seta. Dei passagem. Mas só quando ele chegou perto, jogou (a viatura) atrás de mim. Falei: ‘Ih, não passou, não’. Aí liguei a seta e voltei. Quando eu voltei, mandaram bala, sem parar”, detalhou Alexandre ao “Fantástico”.

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O Ministério Público Federal iniciou uma investigação sobre o caso, enquanto o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, condenou a conduta dos agentes. Segundo Vitor Almada, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, os policiais relataram ter ouvido disparos ao se aproximarem do veículo e assumiram que vinham de lá, mas posteriormente reconheceram o erro cometido. A PRF também divulgou um comunicado oficial sobre o incidente.

Leia na íntegra:

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais.

Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”.



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