O caso de agressão sofrido por Henri Castelli teve um importante desdobramento nesta quarta-feira (27). O promotor de Justiça encarregado pelo inquérito pediu que novas diligências sejam feitas, levando em consideração a possível existência de mais provas. Serão analisadas a possibilidade de novos crimes e a participação de outras pessoas na violência contra o ator. Em entrevista exclusiva ao hugogloss.com, o advogado do artista, Marcelo Marcochi, esclareceu como esta decisão impacta nos trâmites judiciais.
No dia 21, os empresários Guilherme Accioly e Bernardo Malta foram indiciados pela agressão contra Henri Castelli no final do ano passado, em Barra de São Miguel, Maceió. O advogado explicou que o promotor de Justiça já reconheceu a existência do crime de lesão corporal grave e concluiu que os dois indiciados participaram das agressões. “Não haverá arquivamento, não haverá qualquer alegação de legitima defesa por parte dos agressores”, reforçou Marcelo, referindo-se à alegação feita pelos advogados de Guilherme e Bernardo.
A decisão do promotor está pautada na possível existência de outros crimes. Ele pediu, por exemplo, que seja feita uma perícia no circuito interno de vigilância do local em que Henri foi agredido. A justificativa do proprietário de que as imagens não existem porque o equipamento ainda estava sendo instalado, não foi suficiente. O oftalmologista que atestou o soco que Guilherme teria recebido do ator também deve ser ouvido cuidadosamente a respeito do laudo dado por ele. “O promotor visualiza que além do que já esta provado, a possibilidade de novos crimes e de outros autores, que participaram de modo ativo ou que podem vir a responder por omissão”, completou Marcochi.
Vale lembrar que, embora os empresários tenham alegado legítima defesa, não existe nenhuma denúncia contra Castelli. Marcelo Marcochi não tem atuado como defensor do ator, mas sim, como representante dos seus interesses para que os culpados respondam pelos seus atos. O profissional, inclusive, esteve em Maceió recentemente na busca de novas provas de acusação.
“Na semana que vem, por determinação do promotor de Justiça, vou juntar ao processo outros quatro depoimentos de pessoas que estavam no dia das agressões, assim como vou entregar ao delegado uma ata pública lavrada por um tabelião, mostrando que a agressão que um dos indiciados alega ter sofrido, e a ela supostamente reagido, não é verdadeira”, adiantou Marcelo.
Enquanto isso, Henri Castelli segue fazendo o acompanhamento com a equipe médica. Na sexta-feira (29), data em que a agressão completará um mês, ele passará por um exame complementar. “Por lei existe a chance de caracterizar uma lesão grave quando ela perdura por mais do que 30 dias. Isso exige que no 31⁰ dia façamos um novo laudo”, pontuou o advogado. A situação do ator ainda requer muitos cuidados. Um exame recente apontou danos internos, que ainda não tinham sido vistos. “Todos esses laudos clínicos, inclusive com imagens, serão juntados”, acrescentou Marcelo.
O profissional acredita que o andamento tem sido positivo para Henri Castelli. “Todas essas diligências complementares vão ALÉM daquilo que já sabemos, que ao menos por ora a acusação é de lesão grave praticada por dois agressores. Mas nossa perspectiva é outra, que mais pessoas respondam e que outros crimes sejam apontados”, avaliou.
Cuidado! Imagens sensíveis a seguir:
Entenda o caso
No dia 30 de dezembro, veículos da imprensa, a princípio do Nordeste, reportaram que Henri Castelli havia dado entrada no hospital Santa Casa de Alagoas, após se envolver numa briga e ter a mandíbula fraturada. Na ocasião, o ator confirmou a internação através de sua assessoria, mas alegou como motivo, um acidente na academia. No dia 11 de janeiro, Henri quebrou o silêncio sobre o caso e fez um desabafo emocionado, recordando o que viveu realmente.
Em entrevista exclusiva ao hugogloss.com, o ator explicou que não houve uma briga. Segundo o artista, ele sofreu a violência de forma gratuita e de surpresa. “Não houve briga, eu fui agredido covardemente, puxado pelo pescoço, por trás, sem que tivesse antes sequer conversado com qualquer uma das pessoas que me agrediram. Não me parece que isso seja uma briga, eu não consegui nem reagir, fui jogado no chão e recebi chutes e socos”, contou antes de acrescentar que não conhecia os agressores e que sofreu uma fratura grave em sua mandíbula.
O advogado do ator, Marcelo Amaral Colpaert Marcochi, confirmou o registro da ocorrência e os exames de corpo de delito feitos por Henri ainda em Alagoas. “Queremos Justiça, que sejam responsabilizados pelas agressões, e que o processo, e a pena, cumpram o seu papel. Confio na Polícia e no Ministério Público de Alagoas, assim como estou certo de que haverá um julgamento justo e imparcial. Meu desejo é que haja uma punição adequada e proporcional a essa injustificável agressão”, declarou o profissional.
Henri Castelli se emociona ao falar sobre agressão grave que sofreu – Parte II pic.twitter.com/Qf0sBgxEkP
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Também no dia 11, Henri Castelli gravou diversos stories se abrindo para o público a respeito da história e qual era seu estado de saúde. Ele aproveitou para esclarecer por qual motivo não trouxe a verdade à tona desde o início. “Para não assustar a minha família, porque ligar pra sua mãe e dizer: ‘Mãe, eu fui agredido, fraturei a minha mandíbula, mas eu tô bem’, não era a melhor ideia a se fazer. Ela só soube de tudo depois que eu voltei pra casa, depois da cirurgia”, contou.
O artista compartilhou uma série de fotos e vídeos chocantes demonstrando o quão grave foram as agressões que sofreu. Ao falar do tratamento pós-cirúrgico, Henri contou que precisará repousar, ter acompanhamento médico constante e fazer uso de medicamentos. “Torcer para que se Deus quiser não tenha sequela nenhuma. Há muito o que se fazer ainda. Então, é isso, meus queridos amigos. Eu precisava vir aqui pra falar com vocês, porque eu respeito muito o carinho que vocês têm por mim”, agradeceu. Sem conseguir segurar as lágrimas, o ator finalizou: “A todos aqueles que, infelizmente, não sabem o que fazem, eu perdoo. Não tenho raiva nenhuma. Só quero me recuperar e rezar e ficar sem sequelas nenhuma”.
Henri Castelli se emociona ao falar sobre agressão grave que sofreu – Parte III pic.twitter.com/sdiDAGQTUJ
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Em conversa com o UOL, Lucas Dória, advogado dos empresários, apresentou uma versão diferente da história. De acordo com o profissional, Henri teria iniciado a briga após se frustrar com uma festa no clube Café de la Musique (estabelecimento do qual Malta é proprietário), na madrugada do dia 30 de dezembro de 2020. Até então, não haveria problemas entre os três.
“Um dia antes desse episódio (briga), ele (Henri) tinha ido para uma festa no Gunga, praia na Barra de São Miguel. É um local mais chique, onde o pessoal vai de lancha. Bernardo cedeu uma lancha para que Henri Castelli fosse com a turma para esse evento. Tudo correu bem e, no outro dia, a assessoria do ator agradeceu, afirmando que ele iria para um evento no Café de La Musique. Então, o Bernardo cedeu 15 cortesias para o grupo”, afirmou a defesa dos empresários.
Castelli, entretanto, não teria gostado da festa e se dirigiu à Barra de São Miguel, local onde estavam os empresários, para reclamar. “O Henri chegou nessa outra festa onde estava o Bernardo, numa marina recém-inaugurada. O Bernardo estava com Guilherme e alguns casais amigos, todos com suas respectivas esposas, não havia situação de violência. Henri chegou e foi falar com o Bernardo, tirando satisfações porque ‘a festa (no Café de la Musique) estava uma merd*’”, declarou o advogado.
Dória alegou também que Malta teria sido insultado por Henri e, assim, a discussão ganhou maior proporção. “O Henri Castelli, segundo todas as pessoas que estavam presentes, estava visivelmente alterado. Não sei se era questão de humor ou de álcool, mas ele estava alterado e no depoimento que ele deu na polícia no dia seguinte, que está no inquérito, ele afirmou que não lembrava de nada”, argumentou.
Na ocasião, Bernardo Malta estaria comemorando o próprio aniversário. Aciolly teria intervido, sugerindo que o amigo se afastasse, mas acabou sendo atingido pelo ator. “O Henri Castelli foi para cima do Guilherme e foi gerada uma situação desnecessária. Quando o Henri tentou dar um soco no Bernardo, pegou no Guilherme, e ele teve um derrame no olho. Temos testemunhas, esposas e marinheiros que viram a cena”, pontuou a defesa dos rapazes.
O advogado afirmou que Guilherme instintivamente retrucou a agressão e acabou atingindo a região da boca do artista: “As pessoas separaram os dois. O Guilherme foi para casa com a esposa, e está arrasado com a situação”. Ainda, segundo o relato do profissional, o ataque não teria acontecido “de surpresa” e “pelas costas do ator”, como apontado por Castelli. “Ninguém quis agredir por inveja ou nada disso. O que teve foi uma reação de alguém que estava muito agressivo. Essa agressividade foi um ponto que gerou a confusão”, acrescentou.