Carol Narizinho relembra machismo, humilhações e propostas indecentes nos bastidores do “Pânico”: “Sofri muito assédio”


Abriu o coração! Em entrevista para a revista Quem, Carol Sertório, conhecida popularmente como Carol Narizinho, relembrou os tempos em que trabalhava como ajudante de palco do programa “Pânico na TV”, integrando as famosas “panicats”. Ao olhar agora para o passado, a atriz consegue identificar com clareza os assédios e machismos que sofria na atração. Na conversa, a ex-peoa do reality show “A Fazenda 12” também admitiu que já usou anabolizantes, e como isso teve um impacto em sua saúde.

Regularmente, o time de “panicats” sofria alterações, e Carol entrou para a equipe no ano de 2012. Apesar da atração ter sido responsável pela sua fama no país, também impactou na forma preconceituosa que era vista pelo público, especialmente outras mulheres. “O programa em si tinha um cunho muito machista. Na época, a gente não via dessa forma. Hoje o público evoluiu muito e a gente consegue olhar para trás e ver o quanto era machista. Sofri muito machismo no programa e nas matérias que eles pediam para a gente fazer”, lembrou.

Se as matérias já eram de gosto duvidoso, os bastidores também não eram dos melhores. Carol revelou ter sofrido assédio tanto dos “fãs” quanto dos colegas de trabalho. “Muitas pessoas julgavam que toda assistente de palco era garota de programa. Muitas fazem esse tipo de coisa para ganhar mais dinheiro mesmo”, entregou. Por conta disso, Narizinho também ouviu propostas indecentes. “Eram tentadoras, principalmente na época do ‘Pânico’. Propostas milionárias que se eu tivesse aceitado estaria com uma vida de rainha hoje em dia. Mas nunca quis me sujeitar a isso. Não julgo quem faz, o corpo é dela e ela faz o que quiser”, frisou.

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“Sofri muito assédio nos bastidores da TV. Muitas pessoas com cargos maiores tentaram me comprar de alguma forma. Tentavam me convencer a fazer tal coisa, convidavam para vinho… Diretores davam algumas indiretas de coisas que poderia fazer para conseguir algo melhor, mas nunca me submeti a isso”, completou Carol.

Carol Narizinho fez parte do time de “panicats” do extinto “Pânico na TV”. Foto: Reprodução/Band

Nesta época, a atriz também já encarava as cobranças absurdas pelo “corpo perfeito”. “Toda semana antes de entrar no ar, o diretor ia no camarim, apontava os nossos defeitos na frente uma da outra, dizia quem estava gorda, com celulite… Uma vez, ele me falou, na frente de fãs, que eu estava com celulite e que a minha bunda estava cheia de buracos. Já o vi humilhar meninas por terem estrias ou por estarem com o cabelo feio”, entregou.

Com tanta pressão, Carol fez dietas restritivas e se rendeu ao uso de anabolizantes. “Tanto por causa do ‘Pânico’ quanto pelo Carnaval, sofria aquela pressão de estar com o corpo perfeito. Tinha que dançar e não ter uma celulite, ser durinha, perfeita… Entrei em muitas neuras. Comecei a fazer dietas absurdas, que me deixaram traumatizadas. Antes do ‘Pânico’, também fiz uso de anabolizantes porque queria o corpo dos sonhos”, falou.

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Mais tarde, o uso dessas substâncias afetou a saúde da atriz. “A voz modificou, tive muita queda de cabelo, excesso de suor e espinhas. Meu joelho doía pelo excesso de carga que eu pegava”, explicou. “A mulher pode ter celulite e estrias, mas vai ser bonita do mesmo jeito… Esses padrões de beleza de antes caíram por terra. Tanto é que hoje não faço mais dietas, apenas costumo comer saudável. No fim de semana, me permito tomar meu vinho e comer a minha pizza porque não tenho mais essa cobrança pelo corpo perfeito”, acrescentou.

A atriz também causou no reality show “A Fazenda 12”. Foto: reprodução/PlayPlus

A participação em “A Fazenda 12” também foi pauta no bate-papo, já que além do prêmio, Carol tinha outros grandes objetivos. “Sempre quis quebrar esse preconceito que as pessoas, principalmente as mulheres, tinham em relação a minha imagem por eu ter trabalhado de biquíni e ser ex-panicat. Eu já estava sete anos fora da TV, mas ainda recebia ataques em redes sociais e até de repórteres que tinham essa visão machista de me ver como uma mulher objeto e gostosa, que é burra”, contou.

“Saí com uma imagem muito positiva de lá, passei quem eu sou realmente. Consegui mostrar uma outra Carol e conquistar o público feminino, que não gostava de mim, tirando essa imagem que sou apenas uma mulher sensual. Tenho muitos outros atributos. Eu sou atriz também. Estudei para isso e fiz teatro. As pessoas, às vezes, não sabem porque eu comecei como panicat. Foi a forma que eu encontrei de mudar a realidade da minha família e conseguir espaço. Sou muito grata à oportunidade que o programa me deu”, declarou a artista.

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