Camila Pitanga posa nua pela primeira vez em ensaio LINDÍSSIMO, e fala de bifobia que sofreu por relacionamento: ‘Não foi em nome disso que amei uma mulher’


Lindíssima! Camila Pitanga posou para a revista Marie Claire, de abril, em um ensaio nu muito sensível e artístico. Aos 43 anos, essa foi a primeira vez que a atriz se aventurou em fotos nesse estilo. Os registros foram feitos na praia da Barra do Una, Litoral Norte de São Paulo, e foram divulgados nesta terça-feira (20), junto a uma entrevista super aberta da atriz.

A artista contou que foi procurada pela fotógrafa, Karine Basílio, que também estava pela região e a incentivou a eternizar esse momento através das fotos. Partiu da profissional, a ideia de que o ensaio fosse feito da maneira mais natural possível.

Sobre estar nua pela primeira vez só agora que sou uma mulher com 43 anos, não fiz pensando nisso, sinceramente. Claro que eu sei que perante os corpos que existem, o meu é mais padrão. Não sejamos hipócritas. Eu me aceito, mas também tenho uma condição privilegiada de poder me cuidar, fazer um monte de coisas que me fazem bem e tudo mais, mas não estou nessa dinâmica do tempo que querem me impor. Estou vivendo a beleza da minha naturalidade e aceitando o tempo chegar. E ele está sendo muito bem-vindo: me sinto muito mais interessante hoje, muito mais dona de mim“, refletiu.

Camila posou nua pela primeira vez na capa da Marie Claire. (Foto: Karine Basílio)
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O fato de eu não ter feito maquiagem, de a gente ter fotografado com tanta tranquilidade é porque eu estou realmente aceitando quem eu sou agora. De todas as práticas e exercícios que faço, a real é que sentir a natureza no meu corpo é o mais importante, e a Karine captou isso. Quando eu era criança, meu pai, como todo artista, vivia duro, então, nosso principal programa era passar o dia inteiro na praia. Desde bebê, eu dormia na praia, e essa é a sorte de eu estar na cidade do Rio de Janeiro“, afirmou Camila.

Para ela, Barra do Una serviu como um refúgio para essa época de pandemia, em que se viu adoecendo por estar longe da natureza. “Eu queria muito que esse ensaio fosse usado para falar sobre o que mais preocupa a mim e a todos neste momento que é a saúde. Estamos vivendo sob a proximidade da morte o tempo inteiro. Não é pra gente se alienar das perdas e da dor, longe disso, pois não sou esta pessoa, mas a gente precisa fomentar as práticas de saúde“, ponderou.

“Às vezes, a gente tem que lembrar que tá vivo” (Foto: Karine Basílio)

Ir pra janela e sentir o sol bater no rosto já faz muita diferença para as pessoas que estão numa rotina estressante. Às vezes, a gente tem que lembrar que tá vivo, porque se ficarmos só na fuga da doença e não valorizar a potência da saúde quando a gente tem, vamos ficar só no medo. Acho que a nudez, a naturalidade têm a ver com isso“, pontuou a atriz.

Boa parte da quarentena de Camila foi ao lado de sua ex-namorada, Beatriz Coelho, com quem terminou em dezembro do ano passado. O relacionamento, quando revelado, foi bastante comentado pelo público. “Eu acho que eu também [fui vítima de bifobia], porque meu relacionamento foi tratado como uma coisa extraordinária. Nunca colei no meu peito ‘sou heterossexual’, nem tampouco me coloquei como bissexual. Sou uma pessoa livre para amar e não quero me filiar a nenhuma caixinha”, relembrou.

‘Quero estar livre para amar como sempre amei!’ (Foto: Karine Basílio)
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Por questões de direitos, entendo a necessidade de você precisar dessas balizas. São lutas necessárias, mas não foi em nome disso que eu amei uma mulher. Nem me sinto no direito de me colocar num papel de ativismo sobre uma causa. Além disso, não quero me prender a nada: quero estar livre para amar como sempre amei. Não foi algo planejado, porque não é assim que as coisas acontecem“, falou ela.

Por isso que se fala de orientação sexual, porque não é uma escolha, é alguma coisa que pode brotar super jovem ou aos 40 anos. Não sou a primeira que, de repente, num momento da vida, descobriu uma outra forma de amar, e não quero ser exemplo nem anti-exemplo para ninguém, porque eu só quero viver a vida como eu sinto na minha pele, na minha alma. É em nome disso que eu amo, que eu vivo e que eu caminho“, pontuou.

“Só quero viver a vida como eu sinto na minha pele” (Foto: Karine Basílio)

Camila se identificou com Lucas Penteado, depois que o ator sofreu bifobia dentro da casa do BBB21, e chegou a se manifestar sobre o assunto. “Eu me posicionei [em um post no Instagram] porque me tocou compreender que ali ocorriam duas camadas de preconceito: além da bifobia, o racismo. Primeiro, colocaram Lucas como o feio, o estranho, o agressivo. Ele tinha pisado na bola, como todo mundo ali pisou, mas só ele foi tratado com um pária“, analisou.

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Aí, quando ele tava retomando a convivência, se alegrou e deu aquele beijo [em Gilberto], que eu achei das coisas mais incríveis e verdadeiras, mas o Lucas foi acusado de estar inventando, fingindo. Ele ficou muito confuso, e essa confusão dele me tocou profundamente, porque é um cara super jovem e quando ele se permitiu ser ele mesmo, as pessoas o acusaram, agrediram e botaram o dedo na cara. Eu achei aquilo de uma crueldade! Fiz o post porque achei que era um tema muito relevante. Acho que de alguma maneira ele era um exemplo para se trazer para discussão e para acordar as pessoas para esse tipo de violência. Foi nesse sentido que eu me posicionei“, afirmou a artista.

Linda e livre! (Foto: Karine Basílio)

Quem também esteve com Pitanga durante o isolamento foi sua filha Antônia, para quem a atriz não poupou elogios. “Neste um ano e meio, ao mesmo tempo em que tivemos a dor da privação, tivemos a dádiva da cumplicidade e da intimidade, de uma troca mais real e crua no dia a dia que eu louvo e agradeço de estar vivendo com minha filha. A Antônia tem 12 anos, mas quem a conhece sabe que ela é muito madura e inteligente”, contou.

Tem temas que ela me dá aula como transfobia, gordofobia, feminismo… Ela é muito antenada nessas questões sociais e do tempo. Claro que tem coisas que nem sempre eu estou em sintonia ou concordo, mas também temos de aprender a ter divergências. Antônia é muito séria, mas também engraçada, com um tipo de humor que me põe no chinelo“, derreteu-se Camila.

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