Ellen DeGeneres aponta que denúncias contra ela e seu programa foram ‘orquestradas’ e ‘misóginas’, em primeira entrevista desde anúncio de fim do talk-show

Ellen DeGeneres aponta que denúncias contra ela e seu programa foram ‘orquestradas’ e ‘misóginas’, em primeira entrevista desde anúncio de fim do talk-show


Após revelar que seu talkshow chegaria ao fim após a 19ª temporada, Ellen DeGeneres fez um grande desabafo sobre as diversas polêmicas que vem enfrentando. Em entrevista ao “Today”, na manhã desta quinta-feira (13), a primeira desde o anúncio, a apresentadora fez questão de desmentir os rumores de que o encerramento seria devido às acusações de toxicidade em seu programa.

“Se fosse por isso que eu estava desistindo, eu não teria voltado este ano”, disparou Ellen. Apesar disso, a famosa não tinha certeza de que retornaria às telinhas. “Eu realmente pensei em não voltar porque foi devastador. Eu sou uma pessoa gentil. Sou uma pessoa que gosta de fazer as pessoas felizes”, declarou.

Na sequência, Ellen revelou que, em meio à confusão, se preocupou muito com a opinião dos fãs. “Eu simplesmente dizia para Portia (Rossi, esposa da apresentadora): ‘Se eu fosse fã de alguém e mesmo que a amasse, pensaria que deve haver alguma verdade nisso, porque [os rumores] não estão parando’”, lamentou. “Logo em seguida, li na imprensa que há um ambiente de trabalho tóxico, que eu não tinha ideia [que existia], nunca vi nada que pudesse apontar para isso”, alegou.

O desabafo continuou e DeGeneres então comentou as alegações contra ela. “Eu realmente não entendi. Eu ainda não entendo. Foi muito orquestrado. Foi muito coordenado. As pessoas são atormentadas, mas por quatro meses seguidos?”, questionou. “E depois ler na imprensa sobre um ambiente de trabalho tóxico, quando tudo que eu já ouvi de cada convidado que vem ao programa é: ‘Que atmosfera feliz!’ e ‘Que lugar feliz é esse, hein?!’”, disse ela.

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Quando perguntada se achava que deveria estar ciente do que acontecia em seu próprio ambiente de trabalho, a apresentadora apontou que, pelo tamanho do produção, é impossível saber de tudo. “Não sei como poderia saber [da toxicidade] quando há 255 funcionários aqui e muitos edifícios diferentes, a menos que eu literalmente fique aqui até a última pessoa ir para casa à noite”, justificou. “É meu nome no programa, então claramente isso me afeta e eu tenho que me levantar e dizer: ‘Isso não pode ser tolerado’. Mas eu gostaria que alguém tivesse vindo até mim e dito:’Ei, algo está acontecendo que você deve saber’”, insistiu.

DeGeneres compartilhou, ainda, que está trabalhando com uma terapeuta desde o início das denúncias e que ela pontuou que a famosa estaria passando por essa provação por “um motivo maior”. “Como posso ser um exemplo de força, perseverança e poder se desistir e fugir?”, continuou. “E então, esse é realmente um dos motivos pelos quais voltei [em 2021]. Eu trabalhei muito comigo mesma. E também, devo dizer que se ninguém mais está dizendo isso, foi realmente interessante porque eu sou uma mulher, e parecia muito misógino”, acusou.

Ellen não parou por aí. “Eu não sou à prova de balas, e não, eu não tenho uma pele grossa. Sou extremamente sensível, a ponto de não ser saudável o quanto sou sensível. Quando algo está voltando para mim que eu sei que não é verdade, acho que posso tomar uma ou duas dessas injeções, mas quatro meses consecutivos me afetaram”, concluiu.

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Relembre a polêmica

Desde julho de 2020, diversos funcionários e ex-funcionários do “The Ellen DeGeneres Show” fizeram relatos chocantes ao “BuzzFeed News” para denunciar o ambiente de trabalho tóxico do programa. Os ex-trabalhadores entrevistados foram demitidos após tirarem licenças médicas ou dias de luto para ir a funerais de família. Uma funcionária ainda decidiu sair do emprego após levar uma bronca por reclamar sobre racismo nos bastidores. Para o ‘Buzzfeed’, outros ainda disseram que foram instruídos por seus chefes diretos para não falar com a apresentadora se a vissem pela empresa.

A maioria dos ex-funcionários culpou os produtores-executivos do programa e outros gerentes seniores pela toxicidade do dia a dia, mas um deles chegou a dizer que a falta de controle de Ellen dá espaço para que isso aconteça. “Se ela quer ter seu próprio show e ter o nome dela no título, ela precisa se envolver mais com o que está acontecendo. Eu acho que os produtores executivos que a cercam devem dizer: ‘As coisas estão ótimas, todo mundo está feliz’, e ela apenas acredita nisso, mas é responsabilidade dela ir além disso’”, declarou.

Produtores do programa foram acusados de assédio e má conduta (Foto: Getty; Reprodução/Youtube)
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Em outra matéria, eles denunciaram diretamente os produtores demitidos Ed Glavin, Kevin Leman, e Jonathan Norman sobre episódios de assédio, abuso, e má conduta sexual. Além das investigações do estúdio, a própria Ellen escreveu uma carta direta para os funcionários, desculpando-se pelo ocorrido e assumindo responsabilidade pelo caso.

Em meio ao escândalo, nomes de quatro famosos foram cotados para substituir a apresentadora no programa, enquanto celebridades se manifestavam em defesa dela. Somado a isso, a apresentadora ainda foi acusada de comandar a própria casa como “acampamento militar” e deixar “armadilhas” para sua equipe espalhadas pelo local. “Pior pessoa que eu já conheci na minha vida”, declarou uma ex-funcionária.

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