Alyson Stoner, atriz de “Camp Rock”, revela que se submeteu a terapia para deixar de ser LGBTQIA+, e desabafa: ‘Os perigos são gigantescos’

Alyson Stoner, atriz de “Camp Rock”, revela que se submeteu a terapia para deixar de ser LGBTQIA+, e desabafa: ‘Os perigos são gigantescos’


A atriz Alyson Stoner, conhecida por seus trabalhos em “Doze é Demais” e “Camp Rock”, se define como pansexual e hoje se orgulha de fazer parte da comunidade LGBTQIA+. Porém, a realidade nem sempre foi essa. Em entrevista para a revista Insider, publicada nesta quarta-feira (30), a artista contou que, quando se descobriu queer, se sentiu em conflito com seu passado religioso, e chegou a procurar uma “terapia de conversão sexual”.

Alyson explicou que se apaixonou por uma mulher, e apelou para essa espécie de terapia pra se converter e “se livrar” de sua sexualidade. “Eu me senti presa, péssima. Sentia que tudo estava errado comigo, embora no fundo do meu coração eu só desejasse continuar sendo uma seguidora devota de Deus. Ouvir de pessoas em quem você confia, de pessoas que você respeita, de pessoas que você pode até aspirar a se tornar, que no seu íntimo você é ‘podre’, ‘abominável’, que o diabo tem um alvo em suas costas por causa de sua posição em Hollywood… apenas leva você a um turbilhão, pelo menos para mim, porque eu só queria fazer a coisa certa“, disse ela.

Alyson
Alyson passou por terapia de conversão quando se descobriu LGBTQIA+. (Fotos: Reprodução)

A experiência de Stoner com a terapia foi muito dolorosa, claro. O trauma é tão grande, que até hoje ela considera “extremamente difícil” falar sobre isso. “Minha mente não quer nem chegar lá. Minhas pernas começaram a tremer só de pensar em reviver um pouco disso. Eu sei em primeira mão o quão perigoso é para mim como alguém que teve acesso à terapia e outras formas de suporte. E eu ainda estava considerando se minha vida valia a pena ser vivida, ou se tudo estava errado comigo, então para que serviria para mim estar por perto? Comecei a me ver como alguém que só fazia mal a outras pessoas da sociedade“, relembrou.

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A terapia rompe a conexão mente-corpo, porque vejo o corpo como algo que é vergonhoso, em que não se pode confiar. Na verdade, acaba bagunçando minha capacidade de promover relacionamentos genuínos com os outros e comigo mesma, porque agora estou suprimindo uma voz. Estou tentando mudar algo que agora entendo como muito natural“, continuou ela.

A atriz refletiu que esse tipo de terapia pode resultar em pessoas tirando suas próprias vidas, por se sentirem tão envergonhados e negativos sobre eles mesmos. “Os perigos são gigantescos. Mesmo que alguém saia do outro lado e diga: ‘Ei, não, estou vivendo uma vida ótima’, há cicatrizes ali. Existem sombras. Então, sim, ainda não sou capaz de voltar atrás e relatar detalhes, o que é um indicador de como aquele capítulo foi difícil para mim“, pontuou ela. A chamada terapia de conversão sexual é proibida no Brasil desde 1999.

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