Fernanda Nobre relembra como despertou para o casamento aberto, e detalha relação com o marido: ‘Criamos nosso modelo’


Sincerona! Em entrevista à revista Glamour, publicada neste sábado (19), Fernanda Nobre deu mais detalhes sobre seu relacionamento aberto com o marido, o diretor José Roberto Jardim. Os dois estão juntos há nove anos e, em agosto do ano passado, resolveram tornar a relação não-monogâmica. A decisão, segundo ela, melhorou significativamente o casamento.

Pra gente foi a melhor coisa. Não há jogos, meias-palavras, o ‘fingir que não sabe’… Eu não sou mais feliz ou liberal do que uma pessoa monogâmica. Não mesmo. Relacionamentos monogâmicos podem ser supermachistas, por exemplo. O que estou construindo com ele e o que faz com que a gente seja muito feliz é que temos um diálogo absoluto. Estamos em busca de uma vida sem hipocrisia“, explicou a atriz.

Para Fernanda, a melhor parte é que os dois podem criar sua própria “cartilha” de como tudo funciona. “Eu sou extremamente ciumenta, superinsegura, mas o Zé é uma pessoa que vale a pena viver isso. Ele é extremamente íntegro. A partir do momento que tudo pode, o ‘estarmos juntos’ é muito mais certeza. Me tornei menos ciumenta, não sei explicar como e de uma forma racional, mas foi uma maneira de não me colocar nesse lugar social de insegurança feminina, de sempre duvidar do cara… Os homens são criados para terem outras mulheres, para traírem – claro que existem exceções – mas é uma construção social. E é também é uma construção social a gente morrer de ciúme, ter essa pulga atrás da orelha, ficar buscando coisa, descobrir algo e sentir extremamente traída porque no amor romântico a gente não precisa ter abertura“, analisou.

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A atriz já é casada há nove anos. (Foto: Reprodução/ Instagram)

A artista contou, ainda, como começou a pensar sobre abrir o relacionamento. “Eu estava muito mergulhada no universo feminino, questionando tudo à minha volta, quem eu era, por que eu era, de que maneira fui criada… E teve um casal amigo que começou a falar sobre isso. Eles trouxeram essa questão e a gente conversou. Foi um processo longo intelectual. Tivemos muito diálogo. Não decidimos fazer isso porque o ‘casamento precisa de alguma coisa’ ou porque estava ‘muito morno’. Na verdade, a gente começou a pensar em ser não monogâmico…“, disse ela.

Eu e ele criamos o nosso modelo, o que dá muito mais trabalho. Precisamos conversar sobre tudo, sobre todas as possibilidades. ‘E agora? Isso pode ou não pode? Está errado ou certo?’ Estamos em busca de troca, diálogo e de uma construção em dupla onde não temos modelos. É aberto? Sim, mas é um relacionamento. Existe prioridade. Eu sou na vida dele e ele é na minha“, completou.

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Entre as questões que envolvem o casamento, Nobre também refletiu sobre a constante pressão que as mulheres sentem para se tornarem mães. “Não é um assunto muito fácil de se falar. O comportamento padrão é pela maternidade. Não quero que isso vire uma verdade absoluta sobre a minha pessoa. Realmente, tenho medo de mudar de opinião, de me arrepender, de chegar aos 47 e pensar: ‘caramba, não tive filho, que m*rda eu fiz?’ Morro de medo e estou superaberta pra decidir ter um bebê daqui a dois meses, por exemplo. Mas o que me fez falar é sobre o fato de que isso ainda é uma expectativa“, pontuou.

É tão absurdo, em pleno 2022, a gente ainda ter esse tipo de expectativa para o corpo feminino. Eu acho uma contradição tão grande com o mundo, com o caminho social que estamos seguindo. O que colocam na nossa cabeça é que somos ‘menos’, ‘incompleta’… A gente não sabe o que é amor? Como assim? Você jura que isso é determinante pra saber o que é o sentimento? Existem mães e mães, pessoas e pessoas. Nós somos criadas pra não se achar completa, pertencente, para estar pedindo desculpas o tempo todo. Então comecei a trazer isso: vamos refletir? Inclusive para as que são mães: juro que preciso pedir desculpas por não querer? De não ter vontade dessa aventura? De não querer parar a minha vida dessa forma? Eu quis abrir uma reflexão na cabeça das pessoas, expondo meus desejos… mas tomo muito cuidado pra não ser aquela pessoa que levanta uma bandeira“, concluiu Fernanda.

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