Cid Moreira revela como quebrou protocolos ao vivo no “Jornal Nacional”: “Inventei muita coisa”; assista


Não há dúvidas de que Cid Moreira é uma das lendas vivas do jornalismo brasileiro. Após 27 anos no comando do “Jornal Nacional”, ele está até mesmo no livro dos recordes, como âncora que passou mais tempo à frente de um telejornal. Numa entrevista inédita, divulgada hoje (27), o ex-apresentador recordou a ocasião em que quebrou o protocolo formal ao vivo, na bancada do noticiário mais famoso do Brasil.

O episódio aconteceu em 18 de agosto de 1987, um dia após a morte de Carlos Drummond de Andrade. Naquela noite, Cid surpreendeu o público ao se levantar da bancada e ler um poema do renomado escritor – algo bastante incomum para a época. “O jornal era muito formal. Quando morreu o [Carlos] Drummond de Andrade, a direção resolveu me tirar da bancada e ler um trecho do poema dele em pé, aquele ‘E agora, José?’”, recordou num papo com Splash, do UOL.

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Ao invés de simplesmente ler os versos de Drummond, o âncora também pegou a todos de surpresa ao sussurrar as últimas palavras no ar. “Daí, eu combinei com o operador [de câmera]: ‘Ó, não fala nada para ninguém. Eu vou fazer e, no final, vou sussurrar. Então, você aumenta o ganho [de som], tá?’. Aí, eu falei o poema e o [trecho final] ‘E agora, José?’ sussurrando”, lembrou. Segundo Moreira, a atitude ousada e inventiva rendeu elogios nos bastidores. “Eu fui cumprimentado por todos os colegas, entende? Eu inventei muita coisa no jornal. Coisas que vinham na minha cabeça, mas eu não falava com ninguém, só com o operador”, declarou ele.

Confira o trecho abaixo:

Hoje em dia, os telejornais brasileiros se adaptaram e já é comum que os âncoras fiquem de pé ou caminhem nos estúdios – até mesmo no “Jornal Nacional”, que ainda é o mais tradicional do país. Cid também elogiou essa “revolução” da área. “Tudo no mundo evolui. À época, eu tinha que ficar sentadinho ali. Tinha que me comportar. Hoje, o negócio é mais à vontade, mais informal, né? Então, quando você está num clima de formalidade, fica difícil você sair dele. Naquela época, isso era impossível. Hoje, é possível. E, amanhã, outras ideias surgirão”, reconheceu o jornalista.

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Quem sempre viu a desenvoltura – e o vozeirão – de Cid em frente às câmeras, nem imagina que o jornalista se considerava tímido antes de tudo isso. “Eu era tímido e sofri muito. A maioria passa mal, né? Mas eu sempre dava um jeitinho”, divertiu-se o ex-apresentador, questionado se já havia passado mal. Ele também reconheceu como seus talentos evoluíram ao longo dos anos no “JN”. “Hoje, a minha voz está melhor que está naquela época”, pontuou. Uma jornada poderosa, hein?

Assista à íntegra aqui:

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