Gabriel, filho de Astrid Fontenelle, escreve carta para Títi e Bless, e leva Gagliasso aos prantos


No último sábado (30), o caso de racismo contra Titi e Bless, filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, entristeceu o Brasil. Na manhã desta segunda-feira (1º), o episódio foi discutido durante o “Encontro com Patrícia Poeta” e a apresentadora Astrid Fontenelle revelou detalhes da carta que o filho Gabriel, de 14 anos, escreveu para os pequenos após o ocorrido.

Segundo Fontenelle, Gabriel viu a reportagem sobre o ataque preconceituoso e se comoveu a ponto de pedir para a mãe para escrever uma carta. No recado aos filhos de Gio e Bruno, o jovem teria reforçado que a cor da pele deles é linda, e a atitude levou Gagliasso aos prantos. “No sábado, quando o Gabriel viu o que tinha acontecido, ele disse pra mim: ‘Mamãe, posso escrever uma carta para a Titi e pro Bless?’. Eu falei: ‘Claro que pode, Gabriel’. E eu mandei para o Bruno… e a carta, segundo ele, foi o momento que o Bruno chorou, conseguiu chorar, porque foi ver o quanto aquilo dói ainda para o Gabriel, dói em mim e dói nas crianças”, começou ela.

Na sequência, após um momento bastante emocionado de Dirce, uma das integrantes da plateia, Astrid então detalhou o que foi dito na mensagem. “[Na carta] Ele tenta falar pra eles que não é com eles, é com todos, que isso vai acontecer outras vezes, que as pessoas precisam saber o que acontece dentro da cabeça de uma criança. Que ele sabe o que está acontecendo dentro da cabeça deles. No final, ele termina falando que a cor da pele não define nada além de sua beleza”, contou a apresentadora, visivelmente emocionada.

Fontenelle reforçou a admiração de Gabriel pela família de Giovanna e Bruno e então explicou o motivo pelo qual ele ficou tão abalado com o caso. “Porque a Titi, desculpa qualquer outra pessoa, mas a Titi é deslumbrante. A beleza da Titi é um negócio, temos a nossa Naomi Campbell. Ela é uma menina muito linda e o Gabriel acha ela muito linda e acha o colorido daquela família, é óbvio que ele se identifica porque é o colorido da família dele”, explicou. “Eu sugeri até que Giovanna realmente lesse a carta para eles [Titi e Bless], porque a primeira coisa que eles têm que saber é que não é com eles, não é só com eles, não vai ser só a primeira vez… e aí é que eu fico arrasada. Porque eu estou aqui e eu sei que pode acontecer na escola [com o Gabriel]”, lamentou.

Continua depois da Publicidade

A atitude do jovem também emocionou o apresentador Manoel Soares, que explicou a importância da solidariedade de Gabriel. “Geralmente, quando a gente é vítima de racismo, a sensação de solidão é absurda, porque você tem a impressão de que está muito sozinho. E às vezes o pessoal vem dizendo: ‘Não, se acalma, não é assim não, você entendeu errado’. Então quando tem uma pessoa como ele [Gabriel] que diz: ‘Olha, eu estou aqui, eu entendo’, isso conecta num lugar tão importante”, elogiou ele.

Por fim, Fontenelle relatou que o filho também já foi vítima de racismo e então elogiou a atitude de Giovanna e Bruno ao defenderem os filhos. “O racismo é tão maléfico, da última vez fui taxada de mimizenta, está dando showzinho porque é famosa, coisa da sua cabeça, está maluca. Isso tudo ouvi, cara a cara. Tive uma reação parecida com a da Giovanna, parti pra cima. Adoraria ser uma líder pacifista, mas o racismo me impede, é o que me faz sair do sério, me desequilibra completamente porque é inaceitável. Agiria como a Giovanna e gostaria de ter um companheiro que reagisse como o Bruno porque eles fizeram a dupla perfeita: a Giovanna foi a leoa e Bruno o racional chamando a polícia”, reforçou. Assista o programa na íntegra.

Astrid Fontenelle e o filho, Gabriel Fontenelle, de 14 anos. (Foto: Reprodução/Instagram)
Continua depois da Publicidade

Relato comove convidada na plateia

A discussão sobre o ataque a Titi e Bless abalou todos os presentes no “Encontro” de hoje, mas em especial Dirce. Na plateia, a convidada não conseguiu conter o choro e precisou ser consolada por Manoel. Ele então questionou a senhora sobre o motivo de suas lágrimas e Dirce explicou que se identificou com as experiências de Gabriel, Titi e Bless.

“Eu tô vendo como isso está batendo você como tá batendo em mim e em 54% da população brasileira hoje. Por que você está chorando?”, questionou Manoel. “Eu começo a lembrar de tudo o que eu passei até hoje, o preconceito, o racismo. Quando a gente era criança, nós somos em sete irmãos, minha mãe saía e deixava a gente trancado em casa enquanto ela ia fazer as coisas. E as crianças iam lá, jogar pedra na casa, xingar a gente, na escolha, em todo lugar, até hoje … a gente sofre esse preconceito até hoje. Parece que nunca vai acabar isso”, desabafou Dirce. O relato levou todos os presentes às lágrimas.

Artigos Recomendados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *