Vídeo: Homem negro morre em abordagem policial nos EUA: “Não consigo respirar”

Vídeo: Homem negro morre em abordagem policial nos EUA: “Não consigo respirar”


Mais um homem negro morreu durante uma abordagem policial em Canton, Ohio, nos Estados Unidos. Frank Tyson, de 53 anos, faleceu enquanto estava imobilizado pela polícia e com o joelho de um agente em seu pescoço. Ele sinalizou que não estava conseguindo respirar oito vezes durante a ação dos policiais.

O caso aconteceu no dia 18 de abril, entretanto, as imagens da câmera do uniforme de um dos guardas só foram compartilhadas nesta sexta-feira (26). Segundo informações da imprensa norte-americana, os agentes estavam respondendo a um chamado de acidente de carro e chegaram até Frank. Eles observaram a cena de uma suposta colisão de veículo com um poste às 20h24.

Depois de verem um poste pendurado no meio da via e um carro abandonado, os policiais foram informados, por um homem que estava em uma van branca, de que o responsável estava em um estabelecimento próximo. Os guardas entraram no bar às 20h27 e logo encontraram Tyson, de camiseta branca, e visivelmente irritado.

O homem se recusou a deixar o estabelecimento e disse: “Não, vocês vão me matar“. Ele pediu para chamarem o xerife e repetiu várias vezes que seria morto pela polícia. Às 20h28, os agentes entraram em luta corporal com Frank, o imobilizaram e o deitaram no chão, onde colocaram algemas. Também é possível ouvir um policial pedindo um spray de pimenta.

Segundos depois, um dos guardas colocou o joelho no pescoço de Tyson, que falou, repetidas vezes, que não estava conseguindo respirar. “Eu não consigo respirar“, falava ele. A cena durou 26 segundos. Depois do oficial retirar o peso do corpo, Frank virou a cabeça de lado e não respondeu mais.

Nas imagens, ainda é possível ouvir um oficial dizendo, em tom informal com uma testemunha, que “sempre quis estar em uma briga de bar“. “Não sei se isso conta como uma“, acrescentou. Às 20h35, cinco minutos depois de Tyson parar de responder, os agentes decidem checar os sinais vitais dele. “Ele se acalmou?“, perguntou um policial. “Sim, eu acho que ele desmaiou“, falou o outro guarda.

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O primeiro, então, checou o pulso do homem e deixou o local. Dois minutos depois, eles decidem tirar Frank da posição de bruços, acionam os médicos e passam a fazer massagem cardíaca nele. A ajuda médica chegou ao local às 20h47. Uma pessoa da equipe de saúde grita para trazerem uma bolsa auto inflável, que ventila pessoas inconscientes.

Atenção! Imagens Fortes!

De acordo com informações da CBS, Tyson chegou a ser levado ao hospital, mas foi declarado morto menos de uma hora após dar entrada na emergência. Em nota, o Departamento de Polícia de Canton informou, no dia seguinte ao ocorrido, que, “pouco após a detenção os agentes perceberam que Tyson foi irresponsivo”. Além disso, eles revelaram que os guardas também deram doses de naxolona, um medicamento para depressão respiratória, antes da chegada dos médicos.

Ainda segundo a emissora, Tyson havia deixado a prisão no dia 6 de abril, após passar 24 anos em detenção por envolvimento em um caso de sequestro e roubo. Após a repercussão do caso, o prefeito de Canton, William Sherer, afirmou ter se encontrado com a família da vítima para compartilhar as imagens da abordagem policial e dar os pêsames pela morte. A polícia, por sua vez, anunciou que uma investigação foi aberta.

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Eric Garner e George Floyd

Esta não foi a primeira vez que um homem negro morreu após uma ação policial nos Estados Unidos. Em 2014, Eric Garner veio a óbito após ser detido por agentes em Nova York. Ele também disse, durante a abordagem, que não estava conseguindo respirar. A vítima era suspeita de venda ilegal de cigarros. O policial branco que aplicou a manobra de asfixia não foi indiciado pela morte.

Em 2020, outro caso ganhou alcance mundial: o de George Floyd. O homem de 46 anos foi imobilizado por Derek Chauvin, com uma manobra semelhante à realizada em Tyson, em Minneapolis. Após a trágica morte, diversos protestos tomaram conta dos Estados Unidos. O agente Chauvin foi condenado a 22 anos de prisão.



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