Ashwini Vaishnaw, ministro dos Transportes Ferroviários da Índia, informou que a causa e os responsáveis pelo acidente de trem na última sexta-feira (2) foram identificados. O anúncio aconteceu neste domingo (4), após a tragédia deixar pelo menos 288 mortos e mais de 900 feridos. Sem dar detalhes, Vaishnaw conversou com a ANI e mencionou uma possível falha no sistema de sinalização eletrônico.
“Identificamos a causa do acidente e as pessoas responsáveis“, afirmou para a agência de notícias ANI. Ele acrescentou que “uma mudança que ocorreu durante o intertravamento eletrônico” provocou o acidente. No entanto, o ministro disse que “não é adequado” revelar informações antes do relatório da investigação ser finalizado. “Vamos descobrir quem fez isso e como aconteceu após uma investigação adequada“, concluiu.
O The Times of India citou uma investigação preliminar e afirmou que uma “falha humana” poderia ter provocado a tragédia. De acordo com o veículo, um dos trens recebeu luz verde para circular pela via principal, mas acabou sendo desviado por falha humana para outro trilho, onde o trem de carga estava estacionado. Assim, o trem com passageiros colidiu com uma composição de cargas a 130km/h. As composições tinham mais de 2.000 passageiros.
Segundo o diretor do corpo de bombeiros de Odisha, Sudhanshu Sarangi, o número de mortos pode subir para 380. O primeiro-ministro da Índia se pronunciou e disse que ninguém ficará imune. “Nenhum responsável pelo acidente ficará imune“, prometeu. Quase 24 horas após o acidente, as operações de resgate foram concluídas depois de inspeção nos vagões. “Todos os corpos e os passageiros feridos foram retirados do local do acidente“, uma fonte disse à AFP.
As vítimas
De acordo com as autoridades, todos os hospitais entre o local do acidente e Bhubaneswar estão recebendo as vítimas. Cerca de 200 ambulâncias e ônibus foram mobilizados para o transporte. Arjun Das, sobrevivente da tragédia, contou que depois da colisão “as pessoas gritavam, pediam ajuda“. “Havia feridos para todos os lados, dentro dos vagões, nos trilhos. Quero esquecer as cenas que vi“, declarou.
Uma escola do Ensino Médio está sendo usada como necrotério de emergência e as famílias tentam identificar seus entes queridos. Segundo Arvind Agarwal, chefe do necrotério improvisado, os corpos estão “quase irreconhecíveis” por causa do tempo de exposição ao calor. Ele informou para as famílias que os cadáveres provavelmente terão que passar por testes de DNA para identificação.
Condolências
Neste sábado (3), o Itamaraty divulgou um comunicado lamentando o acidente. “O governo brasileiro recebeu, com pesar, a notícia do acidente ferroviário ocorrido ontem no estado de Odisha, na Índia, que resultou em cerca de 300 mortes e deixou grande número de feridos. O Brasil expressa suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo da Índia“, disse.
O papa Francisco disse que está “profundamente triste” com o que aconteceu na Índia. O pontífice contou que está rezando pelas vítimas. Já Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, também expressou “sinceras condolências“.
Esse é o pior acidente ferroviário na Índia desde 1995, quando dois expressos colidiram e provocou mais de 300 mortes. No entanto, o acidente mais letal ainda é o que aconteceu em junho de 1981, quando sete vagões caíram de uma ponta no rio Bagmati e provocou entre 800 e 1.000 mortos.
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