Vídeo: Escrivã encontrada morta em MG aparece em gravação sendo xingada na delegacia

Vídeo: Escrivã encontrada morta em MG aparece em gravação sendo xingada na delegacia


Rafaela Drumond, a escrivã encontrada morta na última sexta-feira (9), apareceu em um vídeo sendo xingada dentro da delegacia em Carandaí, Minas Gerais. O caso aconteceu em um distrito da cidade de Antônio Carlos, na região de Campo das Vertentes, e foi registrado como suicídio. Nesta quinta feira (15), a Polícia Civil informou que vai periciar o celular da escrivã de 31 anos, encontrado na casa dela, e as imagens gravadas.

Alexandre Soares Diniz, responsável pela investigação, participou de uma entrevista coletiva e desmentiu o boato de que o celular teria sido extraviado. “Eu estive lá, acompanhei o trabalho da perícia técnica e o aparelho celular da escrivã, um iPhone, foi recolhido e devidamente acondicionado“, esclareceu.

Escrivã encontrada morta na última sexta-feira (9) protocolou denúncias no sindicato. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
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No vídeo, é possível ouvir um homem chamando Rafaela de “piranha“, e a profissional afirmando que vai denunciar o caso. Rafaela diz que não vai “esquecer” do xingamento. “De tudo que eu falei, ela está preocupada com piranha. É muito cabecinha fraca”, rebateu o homem. Na gravação, ele ainda diz que se a escrivã fosse um homem, “uma hora dessa, eu ou você já tava com olho roxo“. Rafaela então avisa que vai denunciá-lo, e ele rebate: “Grava e leva no Ministério Público, na Corregedoria, leva para quem você quiser“.

A investigação

O delegado do caso explicou que a perícia vai identificar de quem é a voz na gravação. “A gente tem que investigar todas as situações para ver se houve ou não essa indução ao suicídio. É natural dessa investigação“, disse. Na coletiva, Diniz foi questionado sobre o possível afastamento de algum policial da unidade em que Rafaela trabalhava. Ele detalhou que só pode afastar um policial de forma legal, por ordem judicial ou medida administrativa.

Temos que obedecer esse caminho, o que é previsto na lei, para que tenhamos elementos. Um mero afastamento, feito sem lastro legal, pode fazer com que o policial possa retornar novamente. Por isso, é importante o equilíbrio na investigação“, destacou.

O que se sabe sobre o caso da escrivã

Dias antes de ser encontrada morta, Rafaela protocolou uma série de denúncias de assédio moral, sexual, pressão psicológica e sobrecarga no ambiente de trabalho ao Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG). Áudios vazados nas redes sociais mostram a escrivã detalhando a suposta perseguição que sofria dentro da instituição, o que motivou a abertura de um inquérito para apuração do caso.

O Sindep-MG confirmou que recebeu as denúncias, mas o conteúdo está mantido em sigilo. No entanto, o sindicato informou que está cobrando a polícia um esclarecimento sobre as denúncias. A Polícia Civil afirmou que instaurou procedimento disciplinar e inquérito policial, destacando que disponibiliza suporte aos servidores no Centro de Psicologia do Hospital da Polícia Civil, por meio de sessões presenciais e teleconsulta. Assista:

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