Mulher salva por motorista de ônibus em SP detalha ameaça e momento de terror durante tentativa de estupro: “Chegou a furar minhas costas”

Mulher salva por motorista de ônibus em SP detalha ameaça e momento de terror durante tentativa de estupro: “Chegou a furar minhas costas”


[Alerta de gatilho] A mulher salva por um motorista e passageiros de um ônibus após ser ameaçada por um homem afirmou que seria vítima de um estupro. Nesta quinta-feira (9), Maria Verônica Costa Correia, de 39 anos, disse ao UOL que o crime só não aconteceu por que Paulo Jorge de Souza, o motorista, impediu o suspeito. O caso foi em 23 de outubro, mas repercutiu na quarta-feira (8) e foi registrado como tentativa de estupro. O suspeito é procurado pelo 26º Distrito Policial, no Sacomã, Zona Sul de São Paulo.

A vítima, que mora no bairro Vila das Mercês, onde tudo aconteceu, desde quando trocou Pernambuco pela capital paulista há 14 anos, detalhou a ação do homem. “Ele chegou me xingando, me jogando na parede e mandando eu calar a boca“, relatou. Inicialmente, ela achou que fosse um assalto. “Mas vi que não era porque ele mandou que eu subisse a ladeira como se fosse a mulher dele, que era para eu não abrir a boca e não dar sinal“, explicou.

Já Paulo, de 64 anos, primeiro achou que fosse uma briga de casal. “Ela estava caminhando sozinha, aí ele passou e começou a segui-la. Na hora certa ele apertou o passo, e eu só olhando… Aí quando abordou de forma brusca, eu pensei: ‘briga de casal’“, narrou o motorista. “Ai eu parei, abri a porta e falei: ‘Moça, sua bolsa está no chão. Está tudo bem? Ele colocou a mão na cintura dela e a obrigou a caminhar. Eu achei estranho e fui acompanhando bem devagarzinho”, contou.

Maria Verônica disse que na hora da abordagem “travou“. “Ele me deu uma perfurada nas costas, e saí com ele caminhando, mas consegui fazer um sinal com a mão. Eles, do ônibus, gritaram: ‘Está tudo bem aí?‘”, relembrou. Para o veículo, ela também revelou o que ouviu do suspeito após os passageiros questionarem a situação. “E ele disse: ‘Se você abrir a boca, vou estourar suas costelas’. Não sei o que ele estava segurando. Era algo perfurante: podia ser faca, canivete, estilete. Chegou a furar minhas costas“, disse.

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Quando os dois viraram a esquina, Paulo insistiu, perguntando se estava tudo bem. Nesse momento, a mulher conseguiu fazer um sinal negativo com a mão. Foi quando o motorista e os passageiros conseguiram socorrê-la. “Aí eles partiram para cima e me tiraram. Eu estava travada, não estava mais em mim“, afirmou.

A única recordação de Maria é do homem dizendo que não era “para se meter“. “Disse que eu era mulher dele, que era briga de casal, mas eu não conseguia falar nada“, contou. De acordo com o motorista, o homem soltou a mulher e uma passageira, que também desceu para ajudar, a colocou no ônibus. Levou alguns minutos até a vítima conseguir falar. “Ela estava em pânico, em choque. Ela sentou no assoalho do ônibus por dois minutos, quando conseguiu falar“, recapitulou.

O motorista ainda chegou a questionar Maria Verônica se o suspeito era seu marido. “Ela disse que nunca o tinha visto. E ele sumiu. A gente não foi atrás porque achava que era briga de marido e mulher“, esclareceu.

Um suspeito não reconhecido e a linha de investigação da polícia

Maria Verônica Costa Correia estava caminhando pela Rua Dom Vilares, na Vila das Mercês, quando um homem com um objeto em mãos a abordou, ameaçou e obrigou a seguir com ele. Era por volta das 6h30 da manhã e o movimento foi registrado por câmeras de seguranças. É possível ver a vítima andando pela calçada. Logo em seguida, o homem de camiseta vermelha a segura pela cintura. Ela é encurralada na parede, fica nervosa e deixa a bolsa cair no chão.

O ônibus estava andando na rua e chegou a frear quando a vítima é ameaçada. Em determinado momento, o veículo para em uma esquina e uma passageira parece gritar da porta, que estava aberta. Na sequência, a mulher que gritou, dois passageiros e o motorista desembarcaram para ajudarem a vítima a fugir do agressor. O homem foi empurrado enquanto a moça era socorrida. O suspeito também pareceu discutir com as pessoas que interferiram na situação. Por fim, o ônibus deixou o local com a vítima e os passageiros em segurança. O suspeito saiu andando normalmente pela rua. Assista:

Ainda ontem, por volta de 12h, a mulher e o motorista foram levados à delegacia para reconhecer um suspeito que tinha sido detido. No entanto, afirmaram que não era ele. “O rosto, aquele olho preto dele… Se eu o vir, eu reconheço“, afirmou Maria. “O rapaz era baixo, forte, cavanhaque e tatuagem nos dois braços. Estava com um celular grande“, completou Paulo.

Como o homem detido não foi reconhecido, as investigações continuam. “Espero que consigam pegá-lo, que tenha justiça, porque é triste, só sabe quem passa“, finalizou a vítima. “Temos novos elementos, mas ainda precários. Continuamos investigando“, informou Cibele Flor, a delegada responsável pelo caso.

Assim como Paulo e Verônica, Cibele acredita que o homem pretendia estuprar a mulher. “Ele não demonstrou interesse pela bolsa da mulher, que caiu no chão, e ele seguiu andando“, relatou.



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