O irmão mais novo de Michael Schumacher fez uma declaração comovente sobre a condição do heptacampeão mundial de Fórmula 1. No início da semana, Ralf relembrou o acidente que ocorreu há dez anos e, em um triste desabafo, comentou que “a vida é injusta”.
Schumacher sofreu um acidente de esqui em dezembro de 2013, que o levou a ser colocado em coma induzido. Vários meses depois, ele foi transferido para casa, onde os cuidados continuaram. Desde então, as informações sobre sua condição têm sido escassas. Sua esposa, Corinna, fez questão de proteger a privacidade do marido, ao ponto de que apenas parentes imediatos e amigos muito próximos conhecem os detalhes. O último boletim foi em 2014, que revelou que ele saiu do coma, mas não conseguia se comunicar e nem andar.
Em depoimento ao jornal alemão Bild, Ralf apontou que seu irmão nunca se recuperará totalmente do incidente. Michael continua recebendo cuidados médicos especializados 24 horas por dia. “Sinto falta do Michael dos velhos tempos”, disse ele. “A vida é injusta de vez em quando. Michael teve muita sorte ao longo de sua vida. Mas então houve um acidente trágico. Felizmente, a ciência médica avançada oferece muitas oportunidades. No entanto, nada é como costumava ser”, apontou.
Ao lembrar do aniversário do acidente, Ralf também falou sobre como a situação atual está afetando todos os parentes. “Tem sido uma experiência significativa para mim, mas, claro, ainda mais para os seus filhos. A vida às vezes pode ser injusta. Aquele dia foi de muito azar. Esse destino mudou nossa família”, declarou.
Ele concluiu: “Michael não era apenas meu irmão. Quando éramos crianças, ele também foi meu treinador e mentor. Ele me ensinou literalmente tudo sobre corridas de kart. Pode haver uma diferença de idade de sete anos, mas ele sempre esteve ao meu lado. Corremos juntos, praticamos ultrapassagens e tudo o que importa no automobilismo”.
Em outubro, o advogado da família revelou por que novos relatórios sobre a saúde do piloto nunca foram divulgados. Felix Damm explicou que a decisão foi diretamente relacionada aos meios de notícia que cobriam o caso. “Sempre foi uma questão de proteger assuntos privados”, disse ele. “É claro que discutimos muito sobre como isso seria possível. Então também consideramos se um relatório final sobre a saúde de Michael poderia ser o caminho certo, mas isso não seria o suficiente e teria que haver ‘relatórios sobre cada detalhe’ constantemente atualizados”, acrescentou.
“Porque, como pessoas afetadas [com o acidente], não cabe a vocês acabar com a mídia. Eles [os meios de comunicação] poderiam retomar esse relatório repetidas vezes e perguntar: ‘E como está agora?’, um, dois, três meses ou anos após a mensagem. E se quiséssemos então tomar medidas contra isso, teríamos que lidar com o argumento da auto-revelação voluntária”, elaborou. A auto-revelação voluntária é o precedente de que uma pessoa não pode reivindicar o direito à privacidade se a informação que está sendo comunicada tiver sido partilhada publicamente por ela própria ou em seu nome por um representante.
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