Envenenamento em GO: Viúvo não queria que esposa comesse bolo de pote, e explica por que não a impediu

Envenenamento em GO: Viúvo não queria que esposa comesse bolo de pote, e explica por que não a impediu


João Alves Pereira, viúvo de Luzia Tereza Alves e pai de Leonardo Pereira Alves, mortos por envenenamento no dia 17 de dezembro, teve seu depoimento à Polícia Civil revelado pelo g1. Ao falar com as autoridades dez dias após o crime, ele contou que não queria que a esposa comesse o bolo e deu detalhes do último café da manhã em família.

Segundo o idoso de 82 anos, ele ficou constrangido de “desagradar” Amanda Partata, que foi detida no dia 20 de dezembro e permanece sob custódia das autoridades goianas. As vítimas se encontraram com a advogada no domingo (17). Na ocasião, ela levou pão de queijo, biscoitos, suco e bolos de pote para os familiares do ex-namorado. Cerca de três horas mais tarde, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, náuseas e diarreia.

Em depoimento, João explicou que não comeu o bolo por conta de sua diabetes. Ele acrescentou que a falecida esposa também era diabética e, por isso, pensou em pedir que Amanda não oferecesse o doce para Luzia. No entanto, não o fez para evitar complicações com a advogada. João também disse que viu a esposa e o filho “agonizarem de dor” após comerem os doces.

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Sobre o caso

Luzia e Leonardo foram internados, mas morreram na madrugada da segunda-feira (18). A investigação conduzida pela Polícia Civil goiana descobriu que as vítimas consumiram um bolo com uma “substância altamente tóxica”, em quantidade suficiente para matar um auditório. Amanda teria comprado o veneno pela internet e o produto foi entregue por um motorista de aplicativo um dia antes do assassinato.

O laudo apontou ainda que Partata comprou 100 ml da substância, quantidade suficiente para matar várias pessoas. Mesmo em pequenas doses, o conteúdo é considerado tóxico e letal, e não tem sabor nem odor. Para a Polícia Civil, não há dúvidas de que a advogada foi a responsável por ambas as mortes, que seriam uma “vingança” pelo término com o médico apelidado de Leozinho.

Imagens mostram Amanda chegando à casa da família das vítimas (Foto: Polícia Civil de Goiás)

Motivação torpe

A investigação comprovou que Amanda comprou todos os alimentos, como bolos, pães de queijo e sucos, bem como uma orquídea para Luzia, avó do ex-namorado. Os alimentos foram envenenados após a compra. Ela ficou na residência das vítimas das 9h16 até às 12h daquele domingo (17). Após Leonardo e Luzia passarem mal, eles foram encaminhados ao hospital, mas não resistiram. A própria Amanda foi ao local no dia do crime, alegando que também havia ingerido os alimentos “estragados”. Seus exames, porém, não apresentaram alterações.

Em uma coletiva, o delegado Carlos Alfama destacou que “não faltam provas sobre a materialidade do crime” e, por isso, a advogada vai responder por três homicídios qualificados (dois consumados e uma tentativa), motivo torpe e envenenamento. A tentativa de homicídio qualificado foi por João Alves, que também estava presente no encontro com a advogada.

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Alfama destacou, ainda, a frieza da acusada durante os interrogatórios. No primeiro, ela disse precisar ir ao banheiro vomitar 15 vezes, fingindo um mal-estar. No segundo questionamento, ela teria ficado em silêncio e “não demostrou arrependimento”. Após a coletiva, a defesa de Amanda Partata se manifestou. Em nota, os advogados afirmaram que “aguardam os desdobramentos das investigações, cujo trâmite é sigiloso, para se manifestar quanto ao teor das imputações declinadas pela Autoridade Policial”.

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