Núbia Óliiver é investigada por associação a tráfico internacional de mulheres; MC Mirella foi uma das vítimas do esquema


O “Fantástico” deste domingo (2) exibiu uma matéria detalhando a “Operação Harém”, que investiga um complexo esquema de exploração sexual e tráfico de mulheres liderado por Rodrigo Otávio Cotait. De acordo com a reportagem, jovens e menores de idade eram selecionadas por ele nas redes sociais, depois filmadas no apartamento do empresário e negociadas com compradores no exterior. A cantora MC Mirella foi uma das vítimas, quando tinha apenas 17 anos.

Rodrigo escolhia as jovens no Brasil e as preparava para encaminhá-las para o exterior. Um de seus principais clientes era Wissam Nassar, empresário e dono de um dos maiores shoppings do Paraguai, que também é alvo das investigações. Em áudio interceptado pela polícia, o agenciador de Mirella supõe que a cantora teria dificuldade em comprovar que foi vítima da quadrilha, visto que foi paga, na ocasião, em dinheiro vivo: “Paguei em cash, a menina não tinha nem conta em banco, porque tinha 17 anos“.

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Segundo a advogada da funkeira, Adélia Soares, sua cliente consta como vítima e testemunha no processo. “Essa quadrilha contratou ela, tentou levá-la. Então, houve realmente essa situação, mas acabou não sofrendo o crime, não se concretizou o crime”, explicou. A inquirição também aponta que, em 2019, a MC teria tentado convencer uma menina de 16 anos a participar do esquema pelo valor de dois mil reais. Após a negativa da garota, a proposta aumento para cinco mil. “Em momento algum, existiu essa questão de aliciamento. Inclusive, houve uma investigação que foi arquivada”, defendeu a representante.

Seis integrantes da quadrilha foram presos no Brasil, Espanha e Portugal durante a “Operação Harém”. A modelo Núbia Cassia de Oliveira, conhecida como “Núbia Óliiver”, é uma das investigadas pela Polícia Federal por suposta associação com a quadrilha, ajudando Rodrigo a recrutar novas vítimas. Em mensagens obtidas, a ex-Casa dos Artistas enviou fotos sensuais de outras mulheres ao agenciador e combinou um programa sexual com uma delas em troca de comissão.

“Te passei umas meninas aí pra te ligarem. Essas eu sei que são do Rio (de Janeiro), avisa ela.“Você acha que R$ 10 mil a gente consegue cobrar? Aí a gente dá R$ 5 mil para ela e divide R$ 5 mil”, indaga o rapaz. “Só não usa meu nome, porque como a gente é mais conhecida, não gera fofoca”, pede a mineira, em mensagem de voz. Em nota, a defesa de Núbia diz que prefere não se manifestar sobre o caso.

Rodrigo, por sua vez, chegou a falsificar documentos para conseguir visto para alguns países. “Essa passagem aí é fake, tá? Eu que fiz em PDF. O hotel é de verdade. Agora, a conta? Eu posso criar uma aqui”, afirma, em áudio obtido pela reportagem. O empresário foi preso na última semana em seu apartamento em São Paulo, o mesmo onde recebia e gravava as garotas aliciadas.

Ele foi levado pela polícia e passou por audiência de custódia, mas mesmo diante de tantas provas, continuou negando o crime. “Sou solteiro, então recebo muitas mulheres na minha casa. Não me considero um fora da lei, um bandido”, declarou. A defesa de Cotait alegou que ele foi alvo de um pedido de prisão ilegal. Outras cinco pessoas foram presas e devem responder por “tráfico de mulheres para fins de exploração sexual”, “favorecimento da prostituição” e “falsidade ideológica”. Wissam Nassar, responsável por contratar as mulheres, também foi detido.

Confira a reportagem:

Equipe de MC Mirella se manifesta

Diante da repercussão do caso, MC Mirella publicou uma nota sobre o caso em suas redes sociais. Leia o posicionamento na íntegra abaixo:

“Nos últimos dias alguns veículos de imprensa noticiaram acerca de uma operação da polícia federal de Sorocaba denominada como ‘operação harém’, e vincularam o nome da Mirella.

Prezando sempre em trazer a verdade sem qualquer sensacionalismo ou fake news, queremos esclarecer a todos os fãs da Mirella que apesar do nome dela constar no processo (ação cautelar sob o número 5005318-56.2020.4.03.6110 e Inquérito 5003525-82.2020.4.03.6110) a mesma foi ouvida da condição de VÍTIMA e TESTEMUNHA, ou seja a Mirella não figura como investigada e nem está sendo acusada de qualquer crime, qualquer dúvida podem verificar o processo e o inquérito.

Inclusive, queremos aproveitar esse espaço para fazer um alerta a várias jovens que sonham com a carreira artística, pois como sabem, desde muito cedo a nossa Mirella sonhava se tornar uma estrela e aos 16 anos foi procurada por um empresário que lhe propôs um contrato para viajar e divulgar shoppings e marcas de maquiagens, graças ao bom Deus e a família atenta da Mirella, maiores danos não ocorreram, mas hoje sabemos que muitas garotas foram vítimas de crimes, esperamos que a justiça localize e responsabilize cada pessoa responsável por esses crimes.

Jovens, e principalmente pais e mães, fiquem atentos(as), acompanhem de perto da carreira dos seus filhos(as) para evitar a aproximação de pessoas mal intencionadas.

Sem mais, agradecemos o respeito e carinho de sempre com a nossa estrela”.

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