Ex-modelo da Victoria’s Secret afirma que foi instruída por agentes a usar cocaína e fazer sexo para perder peso quando era menor de idade; assista


[Alerta de gatilho: Este texto contém relatos de abuso e uso de drogas] Os absurdos da indústria da moda estão cada vez mais chocantes… Recentemente, a modelo australiana Bridget Malcolm viralizou no TikTok após divulgar um vídeo no qual experimentou o sutiã que usou no desfile da Victoria’s Secret de 2016. No clipe, a loira apontou que a peça já não lhe servia mais – isso porque, hoje em dia, Bridget está muito mais saudável – e criticou a marca de lingerie e o ex-chefe de marketing da VS, Ed Razek, que costumava pressioná-la para manter a silhueta o mais fina possível.

Após o sucesso do clipe, em uma tentativa de promover uma imagem corporal saudável e expor os horrores aos quais foi submetida, a modelo começou a compartilhar histórias assustadoras sobre sua experiência na indústria da moda. Em um novo vídeo, publicado em seu TikTok e no Instagram no último sábado (3), Malcolm confessou que decidiu falar sobre os obstáculos prejudiciais que enfrentou quando era uma jovem modelo, pois suas experiências lhe causaram um caso intenso de TSPT (Transtorno de estresse pós-traumático).

@bridgetmalcolmtoo little too late Victoria’s Secret #victoriassecret #victoriasecretshows #CompleteMyLook #MyColoredHair

♬ original sound – Bridget Malcolm

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“Muitos de vocês perguntaram por que não falei sobre minhas experiências até agora. Deixem-me levá-los em uma jornada pelo tempo… Aos 18 anos, eu já havia morado em três países sozinha. Viajei para todos os continentes, exceto para a Antártida. Eu fui “groomed” [termo originário do inglês utilizado para definir o aliciamento de menores com o intuito de abuso sexual] por um homem muito mais velho. Fui abusada sexualmente várias vezes”, revelou Bridget.

Os horrores, no entanto, não pararam por aí. “Meu agente me disse para usar cocaína para perder peso… Tive muita pressão para perder peso vindo de minhas agências. Eu desenvolvi TSPT [estresse pós-traumático]”, acrescentou. “Disseram-me, quando era menor de idade, para fazer muito sexo para perder peso. Eu estava lutando com minha identidade de gênero, desenvolvi anorexia e ortorexia [obsessão pela alimentação saudável], ansiedade e depressão. Eu não conseguia socializar sem beber, estava desenvolvendo uma grande dependência de Xanax e Ambien [medicamentos psicotrópicos e hipnóticos para tratamento de transtornos de ansiedade] para me ajudar durante a noite, e isso tudo foi antes de completar 18 anos”, lamentou.

Bridget Malcolm em desfile da Victoria’s Secrets em 2015. (Foto: Getty)
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Bridgert então continuou seu desabafo. Segundo ela, as experiências traumáticas vieram à tona quando ela teve um colapso nervoso em seu 26º aniversário. “[Depois disso] Não pude sair de casa por um ano sem ter ataques de pânico e ansiedade severa. Eu também tive pensamentos suicidas que foram aterrorizantes”, disse ela.

Felizmente, a jovem, hoje com 29 anos, obteve a ajuda de que precisava e agora está muito melhor. “Hoje estou há mais de dois anos sóbria e há quatro anos em recuperação de um distúrbio alimentar. Estou feliz, estou equilibrada, estou forte e me sinto melhor do que nunca”, declarou. Malcolm acrescentou, ainda, que decidiu falar sobre seu trauma na esperança de que sua voz possa fazer a diferença na indústria da moda.

Bridget Malcolm foi rejeitada do desfile da Victoria’s Secrets em 2017 por aumentar um número no sutiã. (Foto: Reprodução / Instagram)
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“A realidade é que eu não poderia falar sobre minhas experiências antes de chegar a este lugar porque teria flashbacks intensos de TSPT. Eu teria ataques de pânico e não estaria bem”, avaliou. “Agora estou bem. Estou em sólida recuperação e forte o suficiente para qualquer reação [ruim das pessoas], e não estava antes disso. A única razão pela qual estou falando sobre isso é porque acredito firmemente que a indústria da moda precisa mudar”, apontou. “Sou uma das modelos sortudas que foi capaz de fazer uma longa carreira na indústria da moda, mas meu trabalho não deve incluir abusos”, concluiu Bridget. Assista ao vídeo na íntegra:

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