Tommy Dorfman, de “13 Reasons Why”, revela ser uma mulher trans: “Alinhando meu corpo com minha alma”


Que bacana! Tommy Dorfman, que interpretou Ryan Shaver em “13 Reasons Why”, revelou ser uma mulher trans. Em entrevista à revista Time, divulgada nesta quinta-feira (22), a atriz deu detalhes do seu processo de transição, que aconteceu de forma privada durante um ano, e explicou por que decidiu torná-la pública nesse momento.

Eu vejo hoje como uma reintrodução minha como uma mulher, tendo feito uma transição médica. Se assumir é sempre visto como uma grande revelação, mas eu nunca fui não assumido. Hoje, é sobre clareza: eu sou uma mulher trans. Meus pronomes são ela/dela. Meu nome é Tommy”, afirmou.

Apesar de não encarar a revelação como o ato de se assumir para o mundo, a artista refletiu sobre a importância de falar abertamente sobre o assunto. “Eu aprendi, como uma figura pública, que minha recusa em clarificar pode me privar do controle sobre a minha própria narrativa. Com essa transição médica, têm acontecido discursos sobre o meu corpo e começou a ser muito pesado“, contou ela.

Com a transição, ela escolheu manter o mesmo nome, que tem um significado especial. “Eu não vou mudar de nome. Eu fui nomeada por causa do irmão da minha mãe, que morreu um mês depois que eu nasci, e eu me sinto muito conectada a esse nome, a um tio que me segurou quando estava morrendo. Essa é uma evolução do Tommy. Estou me tornando mais Tommy“, explicou.

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Tommy viveu Ryan em “13 Reasons Why”. (Foto: Reprodução/ Netflix)

A atriz espera conseguir uma transformação em seus trabalhos, conquistando papéis femininos. “É impossível para mim separar minha transição pessoal e profissional, porque meu corpo e meu rosto estão ligados à minha carreira. Eu sou mais reconhecida por interpretar um poeta gay mal-intencionado e temia que, ao fazer uma transição ativa em minha vida pessoal, perderia qualquer carreira que me disseram que eu deveria ter. Mas não estou mais interessada em interpretar papéis masculinos – exceto talvez em um jeito ‘Cate Blanchett vivendo Bob Dylan’ (no filme “Não Estou Lá”). Às vezes você só tem que dizer: ‘Não, eu sou assim’“, desabafou.

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Estou pensando em como posso inserir meu corpo trans em filmes e na televisão. É uma loucura ter 29 anos e passar pela puberdade novamente. Alguns dias sinto que tenho 14 anos. Como resultado dessa mudança, os tipos de parcerias românticas que procuro são diferentes. Tive um relacionamento de nove anos em que fui considerado uma pessoa de corpo mais masculino, com um homem gay. Eu o amo muito, mas temos aprendido que, como mulher trans, o que me interessa não se reflete necessariamente em um homem gay. Então, tivemos conversas incríveis para redefinir nosso relacionamento como amigos. A transição foi libertadora e esclarecedora“, contou ela.

Como nem tudo são flores, a jornada de transição também contou com o processo de perdas e de luto. “Estou alinhando meu corpo com minha alma. Ainda assim, estou perdendo algumas coisas. Tenho que reconhecer o fato de que trouxe muitas pessoas e coisas que podem não estar presentes nesta parte da minha jornada. Tudo o que posso fazer agora é olhar para um futuro onde, espero, eu seja radicalmente honesto. Essa é a pessoa que estou me tornando“, finalizou a atriz.

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