Após críticas de Bruno Fratus e mais atletas, Daniel Alves rebate sobre polêmica no pódio: ‘Tem coisas que não aceitamos’


Eita! Daniel Alves resolveu se pronunciar publicamente neste domingo (8), após a seleção brasileira receber muitas críticas de torcedores e outros atletas, como o nadador e medalhista Bruno Fratus. O time olímpico do futebol quebrou um protocolo importante ao subir no pódio sem o costumeiro uniforme do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), cujo uso é obrigatório. No lugar, os jogadores escolheram comemorar a medalha de ouro com a camisa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A situação criou um desconforto entre o Comitê e a Seleção Brasileira, que rendeu comentários negativos em direção aos atletas. Diante disso, Daniel Alves fez um post em seu Instagram para defender seus colegas. “Eu, como capitão dessa equipe, respeito todas as opiniões de atletas de outros esportes, porém tem coisas que nós também não aceitamos dentro do esporte. Não queremos ser diferentes de ninguém, mas não aceitamos algumas imposições“, afirmou o craque do São Paulo Futebol Clube.

Favor, quando forem exigir alguma coisa pros seus esportes, respeitar o nosso… até mesmo porque presamos para que haja uma igualdade dentro das modalidades ou pelo menos um equilíbrio. Não se faz reivindicações criticando outros esportes, devemos criar uma base sólida nas nossas teses para defender as nossas solicitações. Obrigado“, finalizou o capitão. Nos comentários, ele recebeu o apoio de alguns jogadores da seleção olímpica, como Paulinho e Matheus Cunha, mas continuou sendo alvo de muitas críticas do público. “Qual a dificuldade de admitir que está errado?“, questionou um seguidor. Veja o post:

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Entenda o caso e confira críticas de outros atletas

O ouro olímpico da Seleção Brasileira de futebol masculino foi recebido pelos jogadores com um entusiasmo que só os brasileiros podem demonstrar. No entanto, a subida ao pódio, momento muito solene para todos os atletas que alcançam essa conquista, foi o palco de várias quebras de protocolo.

A bagunça generalizada foi marcada pelos futebolistas brasileiros utilizando celulares para tirar selfies, dando cambalhotas, e a cena de Richarlison tirando onda com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. No entanto, o que mais se destacou negativamente foi a escolha de comemorar a medalha de ouro com a camisa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no lugar do costumeiro uniforme do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), cujo uso é obrigatório. Veja só:

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Após a conclusão da disputa contra a Espanha, os atletas subiram ao pódio com a calça do agasalho, mas com a camisa da CBF (patrocinada pela Nike). Já o casaco do patrocinador das Olimpíadas, apareceu amarrado na cintura dos jogadores, em vez de ser vestido por eles. O ato, que desrespeitou o contrato da empresa chinesa Peak com o COB, iniciou uma “treta” entre a organização e a Seleção Brasileira. Isso porque a marca tem um acordo com o órgão brasileiro, através do qual exige que todos os atletas do time Brasil usem o uniforme completo nas cerimônias de premiação. Eita!

A atitude desrespeitou, também, o Comitê Olímpico Internacional (COI), já que, durante os Jogos Olímpicos, cada país deve utilizar um uniforme de pódio aprovado pela organização, o que vale para as equipes de todas as modalidades.

No entanto, segundo o UOL Esporte, a CBF afirmou não ter sido informada da exigência do uniforme completo. Os jogadores da seleção brasileira também se pronunciaram sobre o assunto e afirmaram que a decisão não partiu deles, mas sim da Confederação.

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COB se pronuncia

Em vista da polêmica, o COB emitiu um comunicado, reprovando a atitude dos jogadores. “O Comitê Olímpico do Brasil repudia a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino”, disse o texto.

“No momento, as energias do Comitê estão totalmente voltadas para a manutenção dos trabalhos que resultaram na melhor participação brasileira na História das Olimpíadas. Por este motivo, apenas após o encerramento dos Jogos, o COB tornará públicas as medidas que serão tomadas para preservar os direitos do Movimento Olímpico, dos demais atletas e dos nossos patrocinadores”, concluiu a organização, prometendo ainda mover alguma ação pelo ato.

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Galvão Bueno alfineta jogadores

Na manhã deste domingo (8), o ícone da narração esportiva, Galvão Bueno, aproveitou a cerimônia de encerramento dos Jogos de Tóquio para dar sua opinião sobre a atitude da Seleção Masculina brasileira de futebol. Sem papas na língua, Bueno questionou a decisão dos atletas e da CBF. “Enaltecer a conquista do bi olímpico ontem, mas lamentar a atitude tomada. Eu gostaria de saber de onde partiu a decisão de não usar o uniforme inteiro do Comitê Olímpico, amarrar na cintura, e usar a camisa do time da CBF. Profundamente lamentável a atitude, não sei de quem partiu isso, vou seguir buscando quem seria o responsável”, pontuou ele.

O apresentador também reiterou o posicionamento do nadador e medalhista de bronze olímpico nos 50m livre, Bruno Fratus, que condenou a atitude dos futebolistas. “O Fratus, quando disse que eles foram inconsequentes, está certo, porque isso pode prejudicar muito essa sequência dessas pessoas, esses atletas que precisam muito desse amparo de patrocínio. Brilhante a conquista do futebol, fantástica. Lamentável a atitude de não usar o uniforme que seria a obrigação de usar para receber a medalha de ouro”, concluiu o narrador.

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Fratus, por sua vez, não poupou palavras ao falar sobre a equipe. “A mensagem foi clara: não fazem parte do time e não fazem questão. Também estão completamente desconexos e alienados [sobre] as consequências que isso pode gerar a inúmeros atletas que não são milionários como eles”, lamentou.

Poliana Okimoto, medalhista olímpica e campeã mundial na maratona aquática, também demonstrou repúdio à atitude dos jogadores de futebol. “Um dos conceitos básicos do esporte é a disciplina, seguir as regras não deveria ser tão difícil. O que o futebol fez, em não vestir o uniforme oficial, no pódio ficou feio pro Brasil. A punição vai pro COB, não pra CBF”, tuitou a nadadora.

Além de Galvão, o comentarista Marcos Uchôa também comentou o ocorrido e relembrou que a postura da seleção brasileira pode impactar outros atletas. “Isso influi num contrato que ajudam atletas que precisam e veem a olimpíada como grande palco da vida deles. Futebol realmente não vive essa realidade, tem Copa do Mundo… Tem sempre problema entre a Fifa, do futebol, e o Comitê Olímpico Internacional, qual é o grande evento esportivo. Enfim, mas não podiam ter feito isso porque afetam a vida e futuro de todos os outros atletas que precisam desse patrocínio que o COB faz”, disse ele.

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