Luva de Pedreiro: Ex-empresário pede fortuna para encerrar briga, e detalhes do contrato são revelados


Nas últimas semanas, o imbróglio entre o influencer Luva de Pedreiro e o empresário Allan Jesus tem chamado atenção na mídia. Nesta terça-feira (19), o UOL Esporte expôs detalhes do contrato do jovem, bem como um trecho da negociação entre os advogados de ambos. A conversa é uma tentativa de finalizar, enfim, o rompimento de Iran de Santana Alves com o ex-representante sem precisar pagar a multa rescisória de R$ 5,2 milhões.

Desde que começou sua jornada no TikTok, o rapaz reuniu mais de 30 milhões de seguidores. No dia 25 de fevereiro, Luva firmou um contrato com Allan, que estabeleceu exclusividade absoluta e investimento apenas por parte do influenciador de 20 anos em sua carreira. Após uma série de desentendimentos, o jovem decidiu encerrar a parceria, mas encontrou resistência por parte de Jesus. O processo envolvendo os dois tramita na Justiça do Rio de Janeiro.

A intenção dos representantes é livrar Luva de Pedreiro da multa, mantendo somente o percentual de Allan em trabalhos fechados durante a gestão do empresário. Os termos, no entanto, foram rejeitados por Jesus, que então sugeriu o pagamento de R$ 20 milhões como condição para o fim do imbróglio judicial. O valor foi confirmado pelos advogados de Iran ao UOL, que disseram ter recusado a oferta “imediatamente”.

Na conversa entre as partes, o advogado do empresário apontou a possibilidade de parcelamento do montante nos próximos meses, levando em consideração os contratos que Iran vier a fechar, agora que é representado pela empresa de Falcão, craque do futsal. Luva, entretanto, expôs publicamente promessas não cumpridas pelo empresário, bem como a falta de liberdade na produção de conteúdo. Ele alegou, ainda, que não tinha noção exata do teor do documento que havia assinado no início do ano – o que é o principal argumento de seus advogados na Justiça.

“Eu sei lá, nem li, não sabia de nada, não sei, eu não sei ler esse negócio não. Sou meio fraco”, disse o tiktoker, em entrevista à TV Globo. Allan, por sua vez, insistiu que seu ex-cliente sabe ler e que fez a devida leitura das cláusulas antes da assinatura. “Iran não poderia ter assinado o contrato sem a orientação de um advogado. Ele não tem capacidade técnica para entender os direitos e deveres estabelecidos pelo contato”, descartou Plínio Lemos Jorge, que representa o influenciador.

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Detalhes do acordo

De acordo com informações do UOL, divulgadas hoje (20), o contrato firmado entre Allan Jesus e Iran Santana Alves prevê muito além da multa rescisória unilateral de R$5,2 milhões. O documento determina que, caso Luva de Pedreiro deixe a parceria antes do prazo de quatro anos, ele é obrigado a cumprir todos os contratos fechados pelo ex-agente com terceiros.

O combinado também estabelece exclusividade absoluta do tiktoker, dando poderes ao empresário de representá-lo em “toda e qualquer negociação publicitária“. Assim, Luva de Pedreiro não tem a liberdade para firmar qualquer parceira sem o envolvimento de Allan. A 4ª cláusula esclarece as obrigações de Allan com Iran. É esclarecido, por exemplo, que “não haverá por parte da representante (Allan) qualquer tipo de investimento e/ou aporte na carreira ou na divulgação da representada (Iran)”.

Na mesma seção do documento, há outro trecho que declara que Iran “se compromete a fazer frente a todas as despesas diversas e imediatas que são necessárias para o regular desenvolvimento do projeto, conforme solicitação do empresário“. No entanto, Jesus alega que investiu cerca de R$ 200 mil antes mesmo do recebimento das parcelas dos contratos publicitários, algo que ocorreu em julho, quando a dupla já estava em litígio.

Em entrevistas e publicações nas redes sociais, o empresário alegou que o valor foi aplicado na compra de celulares, instalação de internet na casa do influenciador e ainda em roupas para o jovem. Allan apontou, também, que “nunca faltou nada” para Iran desde que passaram a trabalhar juntos.

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Na época, Allan Jesus, empresário de Luva de Pedreiro, alegou que o cachê das publicidades milionárias ainda não teriam caído. (Fotos: Reprodução/Instagram)
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Lucros divididos e multa milionária

O parágrafo do contrato que aborda a remuneração prevê, também, a divisão de lucros de todas as campanhas publicitárias e outros contratos e ações que Iran fechar. “Iran pagará a Allan, após o pagamento tão somente dos impostos, de forma única e conjunta, o percentual de 50% de toda e qualquer receita, calculado sobre a receita bruta”, diz o texto. O documento estabelece que o pagamento a Allan seria realizado no quinto dia útil de todo mês. Em caso de atraso, o influenciador seria forçado a pagar uma multa de 10%, com juros de 1% ao mês e correção monetária pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). Já no caso de falhas por parte do empresário, nenhum tipo de multa foi estipulada.

Por fim, o UOL detalhou a maior polêmica do caso: a tal multa rescisória mínima de R$ 5,2 milhões. Como o influenciador de fato rompeu o acordo antes dos quatros anos de parceria, ele está sendo obrigado a pagar o montante. Apesar disso, se Allan tivesse desistido de Luva, ele não precisaria pagar qualquer tipo de multa rescisória e continuaria lucrando com as parcerias firmadas durante sua gestão.

“Caso Iran rescinda o contrato antes do término de sua vigência ou não se efetue o pagamento das remunerações previstas neste instrumento em prazo superior a 30 dias, será devido a Allan, a título de multa não compensatória, o valor bruto auferido pelas partes na soma de seis meses anteriores à rescisão contratual, sem prejuízo das perdas e danos, e lucros cessantes, fixado como patamar mínimo da multa R$5,2 milhões”, detalhou o documento. Outra cláusula diz que “as partes declaram e garantem” que seus representantes (Alan e Iran) “possuem plena capacidade” para assinar o documento e realizar as atividades previstas.

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Contratos milionários

Desde o início da parceria, Allan Jesus e Luva de Pedreiro assinaram pelo menos três contratos publicitários que totalizam uma receita de R$ 1,78 milhão, segundo o veículo. O influenciador foi contratado por grandes empresas, entre elas a Amazon, a Pepsi e o TikTok, plataforma que o levou à fama. Deste valor, cerca de R$ 1,52 milhão seria depositado na conta da empresa de Allan, a ASJ Consultoria, da qual Iran não é sócio.

O valor designado para a conta conjunta, aberta após a formalização da empresa de que a ASJ, Iran e o influencer Victor Mello fazem parte, é de R$ 268 mil. O maior contrato negociado por Allan é com a Amazon, empresa que pagou R$ 1,5 milhão para que Luva de Pedreiro se tornasse o garoto-propaganda do acordo com a Globo/Premiere, que levou o futebol à plataforma de streaming.

Já com a Pepsi, o contrato foi de US$ 50 mil (cerca de R$ 268 mil), pelo qual Iran participou da divulgação da final da Liga dos Campeões, acompanhado pela cantora Camila Cabello. Este é o único contrato cujo destino do dinheiro, segundo o documento, foi a conta conjunta entre o influenciador e o empresário. O acordo com a Pepsi ainda levou o influenciador ao Marrocos, em uma viagem pós-briga com Allan e já sob a assessoria da empresa de Falcão. O contrato do TikTok, por sua vez, é bem menor e rendeu R$ 20 mil, valor que foi depositado na conta da ASJ.

No processo que tramita na Justiça do Rio, Allan é o réu, pois a iniciativa de romper o contrato é de Iran. Uma audiência de conciliação foi agendada para o dia 26 de julho. “Para audiência nós esperamos que haja um acordo, para que as partes possam seguir trabalhando em suas carreiras”, disse Plínio Lemos Jorge.

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