Mulher fica cinco anos sem urinar após dar à luz sua segunda filha; entenda o caso

Mulher fica cinco anos sem urinar após dar à luz sua segunda filha; entenda o caso


Uma mulher no Reino Unido ficou cinco anos sem conseguir urinar depois de dar à luz sua segunda filha. Nesta quarta-feira (7), Rachel Ingrim, de 31 anos, contou ao Metro UK detalhes da experiência terrível até finalmente receber um diagnóstico. A britânica chegou a parar no hospital com dois litros de urina na bexiga, quatro vezes mais do que a capacidade normal (geralmente, as bexigas femininas têm capacidade para até 500 ml, enquanto as masculinas, 700 ml).

O acúmulo de líquido fez com que Rachel parecesse estar grávida de seis meses. Não importava quantos litros de água bebesse, ela não conseguia fazer xixi — algo que descreveu como “agonia absoluta”.  Na época, os médicos desacreditavam que a mulher estivesse com problemas na bexiga por ser “muito jovem” e, inclusive, era orientada a “ir ao banheiro e abrir a torneira”, que resolveria.

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Diagnóstico

Rachel fazia uso de um cateter para esvaziar a bexiga e coletar a urina em uma bolsa de drenagem. Em abril de 2015, ela foi diagnosticada com Síndrome de Fowler, que diz respeito a retenção de urina ou a incapacidade de urinar normalmente. No mês seguinte ao diagnóstico, a jovem colocou uma espécie de marca-passo na bexiga para melhorar a micção. Quando tudo parecia sob controle, Rachel sofreu uma queda e o dispositivo foi deslocado, fazendo com que ela voltasse à estaca zero.

Nova cirurgia

Depois de retirar o marca-passo, a britânica se submeteu a uma nova cirurgia em 2019 que durou cerca de quatro horas. No procedimento de Mitrofanoff, como é chamado, o apêndice é usado para criar um conduto ou canal entre a superfície da pele e a bexiga urinária. Nesse canal, é inserido um cateter para drenar a urina.

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“Eu estava tão mal que acabei com um coágulo de sangue na perna e várias infecções no peito, meu corpo estava tão fraco e esgotado – não pensei que iria melhorar”, desabafou Rachel sobre os primeiros meses após a operação. “Isso [o procedimento de Mitrofanoff] me deu minha vida de volta, eu não tinha vida, não queria estar aqui. Não achei justo com minha família, mas agora eles me têm volta”, disse, aliviada.

Vida nova

Ao longo dos anos que ficou à mercê da negligência médica e sem receber um diagnóstico eficiente, Rachel chegou a ouvir que teria que esperar anos por uma consulta com um especialista no sistema de saúde público do Reino Unido. “Quando finalmente tive uma consulta particular, lembro-me de chorar. O médico me perguntou o que havia de errado e eu disse como finalmente me senti ouvida”, contou ela. “Ter uma resposta foi um alívio tão grande que pude seguir em frente com a minha vida”, confessou.

Oito anos após descobrir a Síndrome de Fowler e passar pela cirurgia, Rachel experiencia uma nova vida. “Minha vida é completamente diferente — estou de volta ao trabalho e me formei para ser assistente de ensino, e comecei a ir para academia”. No entanto, ela ressalta: “Não me interpretem mal, não estou completamente livre de problemas, e ainda tenho alguns solavancos na estrada”.

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