Mulheres detalham abusos sofridos em consultório de ginecologista preso no PR: ‘Tentou me estimular’; assista

Mulheres detalham abusos sofridos em consultório de ginecologista preso no PR: ‘Tentou me estimular’; assista


“Ele pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, que eu gostasse, contou até dez, estralou os dedos. Mas em nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: ‘Não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais. Mas vamos fazer da seguinte forma, é a seguinte brincadeira: Você tem relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala”’, lembrou.

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Em seguida, o médico teria insistido para que ela se “masturbasse”. “Ele foi insistindo, insistindo nessa conversa de eu ter que me masturbar, de eu me tocar, de eu tirar minha blusa, mostrar os meus seios para ele, porque qual que era o problema de ele me ver pelada, sendo que ele já me viu pelada e daí ele, de forma bem direta, perguntava assim: ‘Eu já não te vi pelada?’”, continuou.

Em depoimento, uma das vítimas ainda disse que Felipe Sá introduziu a mão no canal vaginal dela e depois mudou a posição, passando a massagear o clitóris. Atualmente, ela não consegue ver as fotos do próprio parto, feito pelo ginecologista preso. “Hoje ver as fotos do parto e ter ele lá dói e está marcado pro resto da minha vida”, desabafou a mulher.

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As investigações começaram em janeiro deste ano e devem continuar nas próximas semanas. Felipe Sá só será ouvido quando todas as vítimas prestarem depoimentos. Ele é acusado de crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável.

“Ele utilizava esse expediente, esse universo de fragilidade feminina para supostamente praticar esses atos sexuais”, observou Dimitri Tostes Monteiro, delegado da Delegacia da Mulher de Maringá. Tostes também apontou que o médico não tem qualquer formação em hipnose. “A gente fez um estudo bem amplo sobre a vida acadêmica dele, a gente não achou qualquer curso de formação sobre a temática envolvendo hipnologia. A gente acredita que ele tentou utilizar esse artifício justamente pra facilitar o emprego dessa suposta prática criminosa”, disse o delegado.

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Advogado se manifesta

Sá foi preso temporariamente por trinta dias, mas o tempo pode ser prorrogado. Para a prisão, uma policial que está grávida se passou por paciente e marcou uma consulta com o suspeito. A estratégia foi usada para ter certeza de que o médico estava no consultório. No local, as autoridades apreenderam dois computadores, um HD e o celular de Sá. O apartamento onde ele mora também foi alvo de buscas.

Leonardo Batistella, representante do acusado, afirmou que as denúncias não teriam fundamento. “As alegações contra o meu cliente são infundadas e não condizem nada com o seu histórico profissional, no mais, todos os elementos da defesa serão apresentados durante o transcurso do processo judicial”, afirmou o advogado.

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Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) disse que instaurou procedimento interno para apurar a denúncia de possível desvio de conduta ético do médico Felipe Sá, mas que o processo tramita em sigilo.

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