Viúvo de Zé Celso chora ao relembrar últimos momentos com dramaturgo durante incêndio: “Vi o fogo”; assista

Viúvo de Zé Celso chora ao relembrar últimos momentos com dramaturgo durante incêndio: “Vi o fogo”; assista


Após a morte de Zé Celso Martinez Corrêa ser confirmada na manhã desta quinta-feira (6), em São Paulo, o viúvo do dramaturgo, Marcelo Drummont, revelou como foi seu último encontro com o marido. Zé Celso tinha 86 anos e estava internado na UTI do Hospital das Clínicas desde o início da semana em decorrência das queimaduras causada por um incêndio em seu apartamento no Paraíso, Zona Sul da capital paulista.

Além do dramaturgo, Marcelo, o ator Ricardo Bittencourt, Victor Rosa e o cachorro Nagô estavam no imóvel na hora do incêndio. Todos eles ficaram em observação por terem inalado muita fumaça. Em uma entrevista à GloboNews, o marido relembrou o difícil resgate. “O Zé, que estava com a mobilidade difícil, e eu vi o fogo atrás, no quarto”, relembrou o diretor.

“Eu caí, alguém me acordou porque eu cheguei a desmaiar, de certa forma, por causa da fumaça. Alguém me acordou, a gente saiu. Fui para o corredor, para o hall de entrada do apartamento, um vizinho apareceu e trouxe o Zé junto do Victor. O Zé falava ‘abre a janela, abre a janela’. E eu falei: ‘já está aberta’. Eu segurei as duas mãos dele e ele botou a perna em cima de mim. Aí chegaram os bombeiros e foi o último momento que eu vi o Zé”, concluiu, às lágrimas.

O especialista em dramaturgia teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica, mas, infelizmente, não resistiu aos ferimentos. Marcelo e Zé estavam juntos há 37 anos, mas se casaram há menos de um mês, em uma cerimônia considerada uma verdadeira performance coletiva.

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Um dos principais dramaturgos do país, Zé Celso participou da fundação e liderou o Teatro Oficina, em São Paulo, nos anos 1960. Ele ainda encenou duas peças de sua autoria: “Vento forte para papagaio subir” (1958) e “A incubadeira” (1959). Já em 1963, exibiu “Os pequenos burgueses”, de Máximo Górki, que foi sucesso de crítica e tinha Rosamaria Murtinho e Tarcísio Meira no elenco.

Zé Celso morreu aos 86 anos. (Foto: Reprodução/ TV Globo)
Zé Celso morreu aos 86 anos. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

No cinema, Zé Celso assinou o roteiro de “Prata Palomares”, de 1972, atuou em “Um Homem Célebre” e dirigiu o curta-metragem “O Parto”, em 1975. No ano de 2015, voltou a atuar no filme “Ralé”. Seu maior êxito no cinema foi a adaptação de “O Rei da Vela”, que arrematou os prêmios de “Melhor Montagem” e de “Melhor Trilha Sonora” do Festival de Gramado.

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Com o falecimento do artista, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, decretou luto de três dias. No decreto, o político destacou a “relevância e singularidade da trajetória do dramaturgo, diretor, ator, encenador e escritor brasileiro José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, cuja atuação revolucionou as artes cênicas brasileiras”.

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